Abstract

O surgimento, e afirmação, de uma corrente de estudos críticos em segurança internacional plantou firmemente a idéia de que os problemas de segurança internacional não estão meramente relacionados com aspectos objetivos que ameaçam os Estados, mas esses problemas estão relacionados estreitamente com as relações entre indivíduo e emancipação humana. Assim, a condição de segurança em sentido forte tem, como precondição, a emancipação humana. Porém, em que condições esse overlap entre segurança internacional e emancipação acontece? A tese deste artigo é problematizar essas condições, que escapam ao diálogo endógeno dos critical securities studies (CSS). E que uma pista para operacionalização pode ser procurada nos diálogos entre a teoria crítica cosmopolita e a teoria liberal cosmopolita. Essa interseção, ou continuum, aponta a tese do artigo, é possível se os CSS atentam para dimensões do liberalismo político que têm sido negligenciadas, especialmente a democracia pensada em bases transnacionais e as possibilidades da sociedade civil transnacionalizada.

Highlights

  • Além da já sabida ruptura com os paradigmas tradicionais positivistas, a teoria crítica das relações internacionais tem sido capaz de fazer contribuições para a compreensão do sistema internacional de Estados que ajudassem a redundar em bases mais sólidas a teoria social e, ao mesmo tempo, de incorporar a análise das sociedades capitalistas como base para a refundação da teoria política

  • tradicional ou pelas continuidades funcionais que os neorealistas querem ver em todos os Estados

  • The appearance and consolidation of a critical studies approach on international security fortified the claim that international security problems are

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Summary

Rafael Duarte Villa

Além da já sabida ruptura com os paradigmas tradicionais positivistas, a teoria crítica das relações internacionais tem sido capaz de fazer contribuições para a compreensão do sistema internacional de Estados que ajudassem a redundar em bases mais sólidas a teoria social e, ao mesmo tempo, de incorporar a análise das sociedades capitalistas como base para a refundação da teoria política. Há de se concordar com a teoria crítica, especialmente com teóricos da critical securities studies (por exemplo Smith, 2004), que nem sempre o comportamento das unidades estatais corresponde ao de uma comunidade moral, quer dizer, nem sempre existe um overlap entre a segurança do Estado, e suas elites, com as dos indivíduos. Seu programa de ação se alimenta de regras preexistentes, recorre aos critérios normativos como os pensadores da Escola de Frankfurt, cuja noção de esfera pública ainda foi pensada solidamente em bases nacionais, mas não 113 em bases transnacionais; em segundo lugar, porque na sua visão otimista, os teóricos da democracia cosmopolita crítica ignoram que algumas das demandas da sociedade civil às instituições (nacionais ou internacionais) são mediadas por atores estatais; por último, porque nem toda atuação dos agentes da sociedade civil internacional se dá em oposição ao interesse dos Estados nacionais democráticos (Villa e Tostes, 2006). Rafael Duarte Villa é professor do Departamento de Ciência Política da FFLCH/USP

Referências bibliográficas
DAS INTERVENÇÕES HUMANITÁRIAS
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