Abstract

Saudade e nostalgia são paixões que, por vezes, apresentam um caráter indistinto. O presente artigo busca, na abordagem semiótica, ferramentas que esclareçam as configurações passionais destes sentimentos tão difundidos na língua portuguesa e ainda pouco estudados pela teoria da significação. A partir de definições dos lexemas, da investigação etimológica e, finalmente, de análises das modalizações semióticas, o trabalho traça as principais diferenças entre os afetos ligados à falta. Tais estados de alma surgem, em geral, em um sujeito privado de um objeto-valor, o que produz um estado disfórico. O discurso patemizado reflete, então, os impasses modais de um “querer estar conjunto”, apesar da impossibilidade. A nostalgia caracteriza-se como uma modalidade específica de saudade. Para uma compreensão mais prática destes limites conceituais – além de citar uma série de textos literários e jornalísticos – o artigo evoca trechos do espetáculo Rosa dos ventos, estrelado por Maria Bethânia em 1971. Em plena ditadura militar, o show cantava a saudade dos exilados políticos por meio de um roteiro composto por poesias e canções.

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