Abstract

O presente texto propõe uma mudança de rumo para o ecofeminismo. Se a conexão simbólica entre mulheres e natureza era criticada por essa perspectiva teórica, a discussão sobre os modos pelos quais nossa imagem de natureza é heterossexualizada e as conexões entre diversidade sexual e natureza não eram exploradas. Gaard afirma que a cultura ocidental é fundada em um medo ou repulsa não apenas de práticas homoafetivas, mas do erotismo como um todo. A isso chama erotofobia, e é por causa dela que práticas sexuais-afetivas não reprodutivas são entendidas como desvio moral ou perversão. Para mostrar que a erotofobia está na raiz de muitas práticas, Gaard analisa a história do cristianismo e da colonização da América, tentando mostrar que nesses exemplos históricos podemos ver como as conexões entre a opressão de mulheres, das sexualidades queer, de pessoas não brancas e da natureza estão interligadas. Esse cuidado em pensar tais ligações e uma vontade de repensar e liberar o erótico caracterizariam uma perspectiva queer para o ecofeminismo.

Highlights

  • Resumo: O presente texto propõe uma mudança de rumo para o ecofeminismo

  • Entretanto, observase que a direita conservadora nos Estados Unidos não perdeu tempo em reconhecer as conexões entre estes

  • Um impulso para o início do movimento ecofeminista foi a constatação de que a libertação das mulheres – o objetivo de todos os ramos do feminismo – não pode ser plenamente realizada sem a libertação da natureza; e inversamente, a libertação da natureza – tão arduamente desejada por ambientalistas – não será plenamente alcançada sem a libertação das mulheres: vínculos conceituais, simbólicos, empíricos e históricos entre as mulheres e a natureza, como são construídos na cultura ocidental, requerem que feministas e ambientalistas abordem estes esforços libertadores conjuntamente se quisermos ser bem-sucedidas/os.[3]

Read more

Summary

Greta Claire Gaard

Resumo: O presente texto propõe uma mudança de rumo para o ecofeminismo. Se a conexão simbólica entre mulheres e natureza era criticada por essa perspectiva teórica, a discussão sobre os modos pelos quais nossa imagem de natureza é heterossexualizada e as conexões entre diversidade sexual e natureza não eram exploradas. Para mostrar que a erotofobia está na raiz de muitas práticas, Gaard analisa a história do cristianismo e da colonização da América, tentando mostrar que nesses exemplos históricos podemos ver como as conexões entre a opressão de mulheres, das sexualidades queer, de pessoas não brancas e da natureza estão interligadas. Embora muitas ecofeministas reconheçam o heterossexismo como um problema, uma investigação sistemática do potencial de cruzamento entre as teorias ecofeminista e queer ainda tem que ser feita. Ao interrogar as construções sociais do ‘natural’, os diversos usos do cristianismo como uma lógica de dominação e a retórica do colonialismo, este artigo considera aquelas intersecções teóricas e defende a importância de desenvolver um ecofeminismo queer. Entretanto, observase que a direita conservadora nos Estados Unidos não perdeu tempo em reconhecer as conexões entre estes

GRETA CLAIRE GAARD
RUMO AO ECOFEMINISMO QUEER
Rumo ao ecofeminismo queer
Referências bibliográficas
Full Text
Published version (Free)

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call