Abstract

A zona em torno da vila de Freixo de Numão (Vila Nova de Foz Côa) é sobejamente conhecida pela historiografia clássica devido à presença de uma série de estabelecimentos rurais no seu entorno. Entre os vários sítios romanos, destaca-se Rumansil I pela variedade de atividades aí realizadas: metalurgia de ferro e chumbo, produção cerâmica, tanto de dolia como de peças finas e comuns, e produção de vinho. Os dados disponíveis não permitem a datação do início da construção deste sítio, mas fornecem indicações de que o seu abandono terá ocorrido a partir da segunda metade do século III da nossa Era, com uma ocupação limitada durante o século IV. Rumansil I situa-se num território dominado pelo granito, a poucos quilómetros a Sul do Rio Douro. O estudo deste sítio foi fundamental para compreender a rede de estabelecimentos rurais romanos em torno de Freixo de Numão, local que, aliás, durante muito tempo, se pensava ter sido a capital de um território indígena e que terá jogado um papel importante na organização do espaço rural desta zona do Douro durante a Antiguidade.

Highlights

  • No extremo de uma plataforma granítica abrigada, com uma orientação a Este, sobre o vale da Ribeira de Murça

  • É também possível que se tenham produzido em Rumansil I elementos de construção, como tegulae ou imbrices, tendo em conta a grande quantidade de telha presente no sítio, especificamente na zona dos fornos, e que constitui um fenómeno menos frequente em outras explorações agrícolas da zona para o mesmo período

  • Com cerca de 35 metros quadrados, o rochedo onde foram implan‐ tados os tanques e a estrutura de lagar de Rumansil I parece ter uma outra funcionalidade, além do seu aproveitamento para aquelas estru‐ turas, maioritariamente nele escavadas em negativo

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Summary

O edifício Oeste

Estabelecido num patamar superior, a Oeste do sítio, o edifício tem uma planta retangular (9,80 x 10,60 m) e foi construído, tal como as restantes estruturas, com muros em blocos de granito bem afeiçoados (Fig. 2). Na zona F foi descoberta uma estrutura circular com dois metros de diâmetro, assinalada por G na planta, e com uma abertura a Este, com vestígios de combustão e escórias de ferro no seu interior e em torno da mesma. A conjunção destes vestígios indica a presença de uma forja, local onde eram realizadas as atividades posteriores à redução do metal em bruto e a produção de objetos, pequenos ou grandes, através da manipulação do ferro, reaquecido e martelado várias vezes. Foi ainda descoberta uma grande quantidade de pedras de amolar, utilizadas para afiar os produtos da forja, nomea‐ damente instrumentos agrícolas, como facas, podoas ou machados

Um atelier de cerâmica
Dois fornos
As produções cerâmicas
Os dolia
As cerâmicas finas
A cerâmica comum
Os anexos
A cella vinaria
O muro exterior e o depósito de 2004
Elementos de datação
Algumas conclusões
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