Abstract
Em 1974, Roland Barthes e uma comitiva de intelectuais ligados à revista francesa Tel Quel visitam a China de Mao Tsé-Tung. Durante as três semanas que passa no país, Barthes anota tudo o que vê e escuta, bem como o que pensa e sente. Essas notas vêm a público em 2009, com a publicação francesa dos Cadernos da viagem à China, e mostram um escritor entediado, aprisionado pelo discurso político que esteriliza a escrita literária. Ao contrário de seus companheiros de viagem, que se posicionam a favor ou contra o regime maoísta em livros e artigos publicados quando do retorno à França, Barthes escreve um texto curto e absolutamente neutro: “E então, a China?”, uma reflexão sobre as cores pálidas que viu e o chá fraco que experimentou, desvencilhando-se do que para ele era a verdadeira armadilha, a polaridade que fixa em uma posição cristalizada a favor ou contra, forçando um engajamento político em nome de uma doxa. O presente artigo contará a história dessa viagem e analisará os textos barthesianos que dela se originaram, interrogando-se sobre a relação entre Barthes e o estrangeiro. ---DOI: http://dx.doi.org/10.22409/gragoata.2017n43a745.
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