Abstract

A veia safena e a artéria mamária interna (AMI) são os enxertos mais usados, até o momento, para a revascularização direta do miocárdio. O estudo de sua normalidade de fluxo, a longo prazo, tem mostrado melhor adaptabilidade dos pedículos arteriais. O estudo da viabilidade da artéria gastro-omental (AG-O), na revascularização direta do miocárdio, foi realizado mediante estudo anatômico em 25 cadáveres adultos, com idades entre 23 e 84 anos, material cedido pelo Departamento de Anatomia Patológica da Escola Paulista de Medicina. A tática cirúrgica consistiu na dissecção da AG-O esquerda, ligando suas colaterais e desligando-a da AG-O direita, ao nível do antro pilórico. Foram estudados os diâmetros da artéria e o comprimento do pedículo. A transferência para a cavidade pericárdica foi realizada rodando o pedículo pela frente do fundo gástrico e passando-o através do orifício praticado no diafragma, anastomosando-o com a artéria coronária direita ou ramos marginais da artéria circunflexa. O estuo histológico da estrutura da AG-O mostrou camada média de tipo músculo-elástico com baixa incidência de aterosclerose. A aplicação clínica desta técnica foi realizada numa paciente de 58 anos de idade, que apresentava ambas as veias safenas internas finas e fibrosadas. Foram dissecadas AMI esquerda, AMI direita e AG-O esquerda, revascularizando as artérias descendente anterior, coronária direita e marginal esquerda, respectivamente. Após evolução pós-operatória de 12 dias, sem intercorrências, foi realizada angiografia digital seletiva das artérias mamárias e esplénica, demonstrando a normalidade ao fluxo dos enxertos. Esta nova possibilidade de revascularização miocárdica constitui uma opção a mais, entre o elenco de alternativas de que o cirurgião dispõe, especialmente quando não existem possibilidades de escolha de enxertos venosos.

Full Text
Published version (Free)

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call