Abstract
Os núcleos de vegetação são estruturas formadas espontaneamente por pequenos agrupamentos de indivíduos arbustivos e arbóreos, que, ao evoluírem em pastagens perturbadas, podem contribuir na sucessão ecológica. Para compreender a evolução dos processos de restauração florestal passiva em ecossistemas tropicais, depois de paralisada a pecuária extensiva, foram estudados ambientes com baixa oferta de atributos ambientais localizados na vertente norte dos morrotes isolados entre planície de inundação. Após 40 anos de abandono, os núcleos de vegetação colonizaram 20% dos ecossistemas graminoides amostrados, apresentando-se em estágio moderado de perturbação. A composição florística dos estratos superior e regenerante evidenciou que núcleos com duas ou mais espécies florestais pioneiras e com síndrome de dispersão anemocórica, como Moquiniastrum polymorphum, apresentam alta probabilidade de terem seus processos de restauração catalisados no tempo. Núcleos desenvolvidos apresentam riqueza e abundância maiores em seu estrato regenerante, além de espécies zoocóricas e não pioneiras, sugerindo interações positivas entre processos ecológicos, condição que confere sustentabilidade aos avanços da restauração florestal passiva. O aprimoramento destas informações pode contribuir para o desenvolvimento de modelos de restauração induzidos com base nos efeitos da nucleação.
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