Abstract

Os objetivos desta pesquisa foram avaliar a resistência de nove madeiras de ocorrência no semiárido brasileiro a fungos xilófagos em simuladores de campo e relacionar a resistência natural com a densidade e teor de substâncias extraídas em água quente. As madeiras estudadas foram algaroba (Prosopis juliflora), angico-vermelho (Anadenanthera colubrina var. cebil), aroeira (Myracrodruon urundeuva), braúna (Schinopsis brasiliensis), cássia (Senna siamea), craibeira (Tabebuia aurea), cumaru (Amburana cearensis), pau-d'arco (Tabebuia impetiginosa) e pereiro (Aspidosperma pyrifolium). De cada espécie foram retirados corpos-de-prova de 0,5 x 1,5 x 15,0 cm, com a maior dimensão na direção das fibras, em quatro posições na direção medula-casca do tronco. As amostras permaneceram por 180 dias sob ação da microflora natural existente em três tipos de solos: de floresta, de uso agrícola e com gramíneas. Em todas as madeiras ensaiadas, a resistência ao apodrecimento foi afetada pela posição na direção medula-casca. Apenas na aroeira a resistência da madeira esteve associada à sua densidade e à quantidade de extrativos solúveis em água quente. A resistência das madeiras de algaroba, angico, craibeira e pau-d'arco não esteve associada à densidade nem ao teor de extrativos. O alburno foi a posição mais atacada em todos os solos analisados. Entre os solos testados, o de uso agrícola apresentou menos atividade biológica, deteriorando menos as madeiras testadas.

Highlights

  • The objectives of this research were to evaluate the natural resistance of nine woods from the Brazilian semi-arid region to fungi under field simulator condition and to correlate the wood natural resistance with the wood density and the content of extractives soluble in hot water

  • A constituição química da madeira é bastante variável entre espécies e até mesmo entre partes de uma mesma planta, o que determina sua resistência ao ataque de organismos biológicos, sendo o cerne mais resistente que o alburno (CARBALLEIRA LOPEZ e MILANO, 1986)

  • As amostras foram lavadas com água destilada quente e secas em estufa à temperatura de 103 ± 2 oC, por 24 h, sendo a sua massa medida em balança de 0,1 mg de precisão

Read more

Summary

INTRODUÇÃO

O semiárido brasileiro abrange uma área de 1.150.662 km, que corresponde a 74,30% da Região Nordeste e a 13,52% da superfície do Brasil Em virtude da sua estrutura anatômica e constituição química, sofre o ataque de vários organismos deterioradores, sendo os fungos os responsáveis pelos maiores danos causados à madeira (HUNT e GARRATT, 1967; CAVALCANTE, 1982; CARBALLEIRA LOPEZ e MILANO, 1986). A constituição química da madeira é bastante variável entre espécies e até mesmo entre partes de uma mesma planta, o que determina sua resistência ao ataque de organismos biológicos, sendo o cerne mais resistente que o alburno (CARBALLEIRA LOPEZ e MILANO, 1986). A resistência natural da madeira a organismos xilófagos também é afetada pelas condições de uso, sendo mais bem avaliada quando a madeira é utilizada em condições reais (testes de campo), em que é exposta aos agentes físicos, químicos e biológicos do solo. Esta pesquisa teve como objetivos avaliar a resistência natural de nove madeiras de ocorrência no semiárido brasileiro a várias classes de fungos, em simuladores de campo e relacionar a resistência natural com a densidade das madeiras e com o teor de substâncias extraídas em água quente

Espécies Estudadas e Confecção dos Corpos-de-Prova
Determinação do Teor de Extrativos em Água Quente
Resistência da Madeira em Simulador Acelerado de Campo
Análise e Avaliação dos Resultados
RESULTADOS E DISCUSSÃO
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
Full Text
Published version (Free)

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call