Abstract

http://dx.doi.org/10.5007/2175-7968.2017v37n1p46O presente artigo analisa duas traduções de A costa dos murmúrios (1988) de Lídia Jorge, uma publicada em França (1989) e outra nos Estados Unidos da América (1995). Traduzido de uma língua periférica para línguas centrais e sistemas culturais dominantes, o romance sobre a guerra colonial portuguesa em África teve receções contrastantes naqueles países, as quais revelam diferentes abordagens à tradução. Este estudo visa identificar os principais agentes e fatores externos envolvidos no processo de tradução, assim como determinar o papel que questões como mecenato, tradição nacional de tradução e história nacional de ambas as culturas recetoras desempenham nesse processo. Com base nesta discussão, refletir-se-á então sobre o modo como o povo colonizado e a sua cultura são representados no romance, de forma a verificar se existe ou não uma tendência, ao traduzir, para substituir referências estranhas à cultura ocidental por formas de representação mais generalizadas.

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