Abstract

Esta pesquisa identifica e analisa a representacao social sobre a morte construida por medicos intensivistas, buscando compara-la aos resultados obtidos entre os medicos docentes da Clinica Medica. Realizaram-se entrevistas semiestruturadas com 27 medicos atuantes nas UTIs de um hospital universitario ligado a uma instituicao de ensino superior federal do Brasil. Trabalhou-se com o conceito de Representacao Social e a metodologia qualiquantitativa do discurso do sujeito coletivo (DSC). Os resultados mostraram que o contexto da UTI promove esforcos de objetivacao e naturalizacao da morte, mas nao neutraliza os sentimentos vividos pelos medicos intensivistas. Estes reconhecem seu despreparo para lidar com situacoes que envolvem a morte e reivindicam o apoio de psicologos e psicanalistas. Defendem, tambem, a UTI como espaco privilegiado para o contato e elaboracao de atitudes pessoais e profissionais em relacao a morte ao longo da graduacao medica. Conclui-se que, pela especificidade do contexto da UTI, medicos e estudantes de Medicina podem testemunhar alcances e limites da atuacao medica frente a inexorabilidade da morte humana e melhor elaborar suas percepcoes em relacao a esse tema.

Highlights

  • RESUMO Esta pesquisa identifica e analisa a representação social sobre a morte construída por médicos intensivistas, buscando compará-la aos resultados obtidos entre os médicos docentes da Clínica Médica

  • Tais resultados chamam a atenção tanto para o sofrimento e dificuldade dos médicos e estudantes de Medicina em lidar com situações que envolvam a morte, como para enormes entraves em estabelecer processos de formação específicos ao longo da graduação médica

  • Os resultados demonstram que a presença marcante da tecnologia para a manutenção da vida se reflete na relação médico-paciente, distanciando este profissional de uma visão integrada do indivíduo e reconfigurando a experiência de lidar com a morte

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Summary

Introduction

RESUMO Esta pesquisa identifica e analisa a representação social sobre a morte construída por médicos intensivistas, buscando compará-la aos resultados obtidos entre os médicos docentes da Clínica Médica. Dando continuidade aos referidos estudos, que claramente mostram carências na formação médica na instituição mencionada no que diz respeito ao lidar com a morte nos seus cotidianos profissionais, e considerando as características de uma UTI, empreendemos esta pesquisa, que teve como objetivos identificar e analisar a representação social sobre a morte construída por um grupo de médicos intensivistas e compará-la aos resultados obtidos entre os médicos docentes da Clínica Médica.

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