Abstract

A configuração das regiões fronteiriças no Continente Americano surge a partir das necessidades europeias por novos produtos e matérias primas. Remontando ao passado histórico, verifica-se existir uma demanda real pela realização de estudos e pesquisas voltadas para a compreensão do ambiente linguístico caracterizando os contatos de povos nos aspectos que envolvem a língua em relação ao ambiente natural e sócio-histórico, como no caso da fronteira Brasil/Venezuela. Uma das preocupações pertinentes que se impõe à reflexão neste trabalho é se a situação de contato linguístico influi na conformação do ambiente de fronteira Brasil/Venezuela determinando uma relação de proximidade, cuja intensidade é condicionada pelos vínculos relacionais que se estabelecem entre os povos. A par disto, esta pesquisa tem como objetivo caracterizar a situação de contato de povos no ecossistema linguístico Brasil/Venezuela, por meio do reconhecimento da natureza dos fatores que influenciam no resultado das situações de contato, fundamentando-se nos elementos da Ecolinguística, em conformidade com Couto (2007, 2009). Os sujeitos são quatro “moradores da fronteira” Pacaraima-Brasil/Santa Elena de Uairén-Venezuela. Considerando-se que as representações discursivas estão repletas de enunciados que podem expressar os mais variados tipos de sentimentos, e partindo-se do princípio de que o discurso do sujeito traz consigo fragmentos dessa realidade, é possível a visualização dos diversos níveis de interação que ocorrem entre os sujeitos constituídos nessa fronteira. É possível afirmar também que se constitui aí um único ecossistema que se influencia mutuamente cujos povos se atendem de forma recíproca, se comunicando através das línguas características do lugar e que, por princípio, poderia ser denominado de ecossistema linguístico “provisional”.

Highlights

  • The configuration of the border regions in the Americas comes from the European requirements for new products and raw materials

  • Remounting to the historical past, there is a real demand exists for conducting studies and research aimed at understanding the linguistic environment characterizing the contacts of people in aspects involving the language in relation to the natural environment and socio-historical, as in the case of the Brazil / Venezuela border

  • One of the concerns that are relevant in this work requires the consideration is whether the situation of language contact influences the conformation of environment of the Brazil / Venezuela determining a close relationship, the intensity of which is conditioned by relational links that are established between people

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Summary

Ecossistemas linguísticos fronteiriços

A Ecologia vem dando lugar a uma série de abordagens científicas desde a sua criação pelo biólogo alemão Ernst Haeckel na segunda metade do século XIX, mais especificamente em 1866, na obra Generelle Morpfologie der organismen,para designar uma nova área de conhecimento voltada à compreensão que extrapola, já em muito, a vertente puramente biológica. Partindo do ponto de vista de uma comunidade biológica, considerada o conjunto formado por todos os seres vivos que convivem em um determinado território, o conceito de ecologia extrapolou suas origens nas ciências biológicas e enveredou pelos domínios das ciências humanas e sociais, exatas, bem como nas artes, no pensamento filosófico e nas tradições, ou seja, em todos os campos dos saberes humanos. A autor entende que se deve partir inicialmente da compreensão do conceito de ecossistema entendido como o conjunto formado pelos seres vivos e seu meio ambiente considerando as interações ou interrelações que se dão entre os elementos componentes. Podendo ser reconhecido a partir da existência de um ecossistema linguístico que seria constituído pela língua (L), pela população que a fala (P) e pelo território (T), o lugar determinado onde ela é falada; esta totalidade passa a ser chamada de Ecologia Fundamental da Língua (EFL), também conhecida como comunidade. O verdadeiro meio ambiente da língua é a sociedade que a usa como um de seus códigos (Haugen, 1972b, p. 325 apud Couto, 2007, p. 20)

Abordagem do tema
Os colaboradores entrevistados
Análise da situação de contato no ambiente fronteiriço
Ecossistema linguístico “provisional”: uma proposta
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