Abstract

O romance A república dos sonhos (1984), da escritora brasileira Nélida Piñon, empreende representações de gênero ambientadas, por um lado, em uma Galícia de inspiração medieval e de tradição oral, terra de peregrinações e de emigrantes. Por outro lado, as representações de gênero ambientadas no Brasil do século XX constituem um interessante painel da trajetória da emancipação da mulher, galgada a partir dos movimentos feministas. O romance, nesse sentido, integra o processo de implantação de vozes dissonantes em relação a ideologias dominantes como o patriarcalismo e o falogocentrismo, comumente representadas e reduplicadas na literatura canônica. Trata-se de inscrever, no lugar da tradicional identidade feminina, fixa e presa aos papéis de gênero, estabelecidos pelo pensamento patriarcal, a multiplicidade e a heterogeneidade, portanto, o descentramento de identidades, por meio da intersecção com múltiplas outras questões como raça, etnia, classe e orientação sexual. Fundamentando nossa investigação no feminismo crítico e, de modo geral, no pós-estruturalismo, nosso propósito é empreender uma discussão acerca do modo como a escritora, em diálogo com a tradição espanhola, representa identidades femininas, bem como, as relações de gênero nesse importante romance do século XX.

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