Abstract
Resumo Gilbert Durand identificou um processo de retorno do mito a um primeiro plano cultural no Ocidente. A popularidade de algumas produções cinematográficas e televisivas nas últimas décadas parece confirmar que essa remitologização está em andamento e alcançou novos patamares em uma era em que a linguagem audiovisual se sobrepõe. Fundamentado no conceito durandiano de imaginário como trajeto antropológico, este artigo analisa como a série “Guerra nas Estrelas” tem contribuído para essa remitologização contemporânea. A tese aqui explorada é de que ao fazer a atualização de mitos e arquétipos fundadores para construir sua própria mitologia, “Guerra nas Estrelas” reconcilia elementos científico-tecnológicos, que ocuparam progressivamente o imaginário ocidental desde o Iluminismo, com os elementos do fantástico e do mágico, que foram relegados a um segundo plano e desvalorizados desde então.
Highlights
Contemporary Remythologization: theconciliation of science and magic in “Star Wars” - Gilbert Durand has identified that there is a process of return of the myths to a first cultural plan in the West, at least since the late 19th century
Em suas obras e estudos, eles retomam o uso dos mitos e os popularizam – basta, como destaca Durand, pensar no mito de Édipo utilizado por Freud para explicar um dos seus mais importantes achados psicanalíticos
Sob esse ponto de vista heideggeriano, no imaginário que emerge de “Guerra nas Estrelas”, a (re)conciliação entre ciência e magia, que reflete o equilíbrio entre arquétipos dos regimes diurno e noturno e das lógicas que regem esses regimes, sinaliza uma ascensão do “pensamento que medita”, relacionado ao regime noturno durandiano, expresso principalmente pelos arquétipos do mago e do mestre nos Jedi, em contraponto ao “pensamento que calcula”, relacionado ao regime diurno durandiano, expresso principalmente nos arquétipos da luta (tecnologias bélicas) e do híbrido, do antinatural (do ser-máquina Darth Vader)
Summary
Resumo: Gilbert Durand identificou um processo de retorno do mito a um primeiro plano cultural no Ocidente. A popularidade de algumas produções cinematográficas e televisivas nas últimas décadas parece confirmar que essa remitologização está em andamento e alcançou novos patamares em uma era em que a linguagem audiovisual se sobrepõe. Fundamentado no conceito durandiano de imaginário como trajeto antropológico, este artigo analisa como a série “Guerra nas Estrelas” tem contribuído para essa remitologização contemporânea. A tese aqui explorada é de que ao fazer a atualização de mitos e arquétipos fundadores para construir sua própria mitologia, “Guerra nas Estrelas” reconcilia elementos científico-tecnológicos, que ocuparam progressivamente o imaginário ocidental desde o Iluminismo, com os elementos do fantástico e do mágico, que foram relegados a um segundo plano e desvalorizados desde então. Palavras-chave: comunicação; imaginário; arquétipo; mitologia; Guerra nas Estrelas
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