Abstract

Os grupos humanos desenvolveram toda a espécie de recursos mnemotécnicos e sistemas de registo para facilitar o acesso posterior a algo que foi descoberto, produzido e adquirido. A religião, na medida em que condensa uma parte das experiências humanas de construção da coletividade, é um laboratório relevante no que à construção social da memória diz respeito. A conservação da memória implica sempre estratégias de inovação. Assim, as tradições religiosas da humanidade dão testemunho de um longo trabalho de (re)construção de uma certa perspetiva sobre o mundo (cósmico e social), sobre os modos de nele e sobre ele agir, projetando as pontes para outros «mundos». Este ensaio parte da noção de memória, nas suas aceções socioantropológicas, para compreender a religião como fenómeno cultural em várias das suas dimensões estruturantes: propagação, distribuição, durabilidade, transmissão. Esta via de teorização alicerça um percurso que, tendo como ponto de partida a obra de Maurice Halbwachs, visa estabelecer um quadro interpretativo para um duplo problema: o lugar da religião enquanto memória das culturas; os processos de memoração como cerne da atividade religiosa.

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