Abstract

Resumo Este artigo se insere no debate sobre juventude e ensino médio no contexto brasileiro e se interessa por jovens que migram da escola pública para a escola privada na condição de bolsistas. O objetivo da pesquisa é analisar os processos implicados na relação com o saber estabelecida por esses jovens ao se inserirem nesse novo território escolar. Ancora-se nos estudos sobre relação com o saber, em diálogo com autores do campo da sociologia da juventude e da geografia com foco no território-territorialidades. A escola que serviu como campo de pesquisa pertence a uma rede confessional de escolas privadas de Minas Gerais, e os dados foram produzidos por meio da análise de documentos, observação participante e entrevistas realizadas com nove jovens. A análise apresenta o perfil socioeducacional dos jovens bolsistas e, em relação às entrevistas, aciona-se o conceito de tática proposto por Michel de Certeau, o que permitiu identificar três táticas de territorialização dos jovens na escola privada: aproximação, sobrevivência e estudo. Os resultados apontam desigualdades socioeconômicas vividas pelos bolsistas e a construção de táticas por esses estudantes para permanecerem e aprenderem na escola privada em direção ao ensino superior público, que se coloca como território de promessas. Conclui-se pela importância da valoração da escola pública e aponta-se a necessidade de outros estudos que possibilitem ampliar o horizonte de debates sobre jovens do ensino médio na condição de bolsistas, especialmente no contexto da covid-19.

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