Abstract
O estudo objetiva verificar a relação da estratégia de diferenciação e inovação de produtos com o desenho dos Sistemas de Controle Gerencial, nas dimensões redes sociais, cultura orgânica inovadora e controles formais, em empresas têxteis brasileiras. A pesquisa caracteriza-se como descritiva, e foi realizada por meio de uma survey em uma amostra de 101 empresas associadas à Associação Brasileira da Indústria Têxtil. Aos gestores dessas empresas aplicou-se um questionário extraído de Chenhall, Kallunki e Silvola (2011). Para analisar as hipóteses replicadas desse estudo, aplicaram-se estatística descritiva e modelagem de equações estruturais (SEM). Os resultados apresentam evidências consistentes das conexões entre estratégia de diferenciação e inovação de produtos e desenho dos SCG, cuja relação é confirmada pelo uso dos controles formais e pela inovação de produtos. No entanto, não se confirma que empresas que adotam estratégias de diferenciação atingem níveis mais elevados de inovação de produtos. Observa-se ainda que as redes sociais favorecem a cultura orgânica inovadora, mas não reforçam a relação com inovação de produtos. Conclui-se que os resultados coadunam com os da pesquisa de Chenhall et al. (2011), exceto para a relação entre diferenciação e inovação, em que não se encontrou significância estatística.
Highlights
Em contraste à visão tradicional da contabilidade, um novo paradigma vem permeando pesquisas ao longo da última década, destacando a relevância da contabilidade e dos sistemas de controle gerencial com foco na inovação e no empreendedorismo (A. Davila, Foster, & Oyon, 2009; Bisbe & Otley, 2004)
Elaborou-se a seguinte questão de pesquisa: Qual a relação da estratégia de diferenciação e inovação de produtos com o desenho do SCG, nas dimensões redes sociais, cultura orgânica inovadora e controles formais, em empresas têxteis brasileiras? Assim, o objetivo deste estudo é verificar a relação da estratégia de diferenciação e inovação de produtos com o desenho dos Sistemas de Controle Gerencial, nas dimensões redes sociais, cultura orgânica inovadora e controles formais, em empresas têxteis brasileiras
Otley (1999) destaca que as organizações apresentam constantes mudanças nos processos de negócios, promovendo a sua reengenharia e com aplicação de novas técnicas e controles formais, em que um mesmo gestor pode ser responsável por alguns elementos da estratégia, além do seu controle gerencial e operacional
Summary
A estratégia tem sido descrita como um padrão dos fluxos das decisões sobre o futuro da organização num contexto específico (Mintzberg, 1978). O conceito de estratégia tem sido operacionalizado de diferentes formas na investigação dos SCG (Langfield-Smith, 1997), mas está voltado a duas dimensões principais: o design, que direciona as ferramentas e técnicas utilizadas pela gestão (Ferreira & Otley, 2006), e o uso dos sistemas de diagnóstico e interativo preconizados por Simons (1995, 2000). A implementação bem sucedida de cada estratégia envolve diferentes recursos e habilidades, apoio organizacional e sistemas de controle (Langfield-Smith, 1997). A inovação pode ser essencial para a empresa desempenhar suas atividades e desenvolver o seu negócio. É nesse sentido que as estratégias de diferenciação e de inovação de produtos envolvem diferentes recursos e habilidades, apoio organizacional e sistemas de controle. Em um estudo multicasos realizado por Oyadomari et al (2010), o conflito entre inovação e controle não foi observado, o que pode decorrer do fato da inovação fazer parte da cultura dessas empresas
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