Abstract

Neste artigo investigou-se a importância da variação da camada de mistura oceânica (CMO) na temperatura da superfície do mar (TSM), sob a influencia de ciclones extratropicais atmosféricos. Um modelo simplificado de CMO oriundo do modelo HYCOM (Hybrid Coordinate Ocean Model), baseado no modelo de Kraus e Turner, foi inserido como uma sub-rotina do modelo BRAMS (Brazilian Regional Atmospheric Modelling System), para atualizar a TSM a cada passo de tempo no modelo atmosférico. A CMO-BRAMS caracterizou-se por estreitar durante as trajetórias das baixas pressões, embora não tenha indicado um significativo aprofundamento seguindo o anticiclone da retaguarda do sistema frontal. A TSM calculada pela CMO do BRAMS apresentou grande variação (1°C-5°C) nos instantes iniciais. Entretanto, uma vez ajustada houve pouca variação da TSM no decorrer do tempo (1,0°C-2,5°C), com o aprofundamento (estreitamento) da CMO associada à diminuição (aumento) à temperatura.

Highlights

  • Uma das características mais marcantes do Atlântico Sudoeste é a presença da Confluência Brasil-Malvinas (CBM), que ocorre próxima à latitude 38°S e está situada ao longo das trajetórias das tempestades, a qual induz frentes, sistemas transientes e massas de ar frio dos oceanos Pacífico e Austral para o Atlântico Sul

  • Wainer e Venegas (2002) identificaram a variação da posição da CBM devido à variação na intensidade dos ventos de oeste associados à porção sul do Anticiclone Subtropical do Atlântico Sul (ASAS) afetando o deslocamento da Corrente das Malvinas (CM)

  • Alguns autores investigaram os fluxos de calor e as anomalias da temperatura da superfície do mar (TSM) no Atlântico Sudoeste focando os ciclones extratropicais

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Summary

INTRODUÇÃO

Uma das características mais marcantes do Atlântico Sudoeste é a presença da Confluência Brasil-Malvinas (CBM), que ocorre próxima à latitude 38°S e está situada ao longo das trajetórias das tempestades, a qual induz frentes, sistemas transientes e massas de ar frio dos oceanos Pacífico e Austral para o Atlântico Sul. Saraiva (1996) avaliou a passagem de um ciclone explosivo no Sudoeste do Atlântico através de modelagem numérica, e verificou que a liberação de calor sensível e latente da CBM além de ser fundamental para a rápida intensificação, modula a sua trajetória bem como a microfísica de nuvens baixas. No intuito de contribuir para o entendimento dos processos de interação oceano-atmosfera que ocorrem no Atlântico Sudoeste, este trabalho tem como objetivo comparar a evolução da TSM fornecida por um arquivo com valores constantes e outro arquivo de TSM, atualizado a cada passo de tempo, resultante da variação da espessura da camada de mistura oceânica (CMO) oriunda do modelo de circulação oceânica HYCOM, observando a importância da variação da CMO na TSM, sob a influência da passagem de ciclones extratropicais atmosféricos e as instabilidades associadas à eles. O procedimento de inclusão da variação da TSM, na correção do balanço de energia em superfície, permite compreender melhor o comportamento dos processos de interface, além de avançar na questão do acoplamento termodinâmico entre modelos atmosféricos e oceânicos

Balanço de energia em uma camada oceânica
Variação da temperatura da superfície do mar
Camada de mistura oceânica
Modelo atmosférico BRAMS
Modelo de camada de mistura oceânica de Kraus e Turner
A inserção do módulo de CMO para diferenciar a TSM no BRAMS
RESULTADOS E DISCUSSÃO
CONCLUSÕES
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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