Abstract
Neste artigo analisa-se uma importante relação teórica nos estudos históricos sobre a forma urbana. Trata-se da relação que associa as formas urbanas regulares ao planeamento urbanístico e, pelo contrário, as formas urbanas irregulares à falta de planeamento urbanístico. Partindo da formulação inicial estabelecida nos textos inaugurais de história do urbanismo, procura-se verificar o impacto desta relação dicotómica na construção do conhecimento, para depois alcançar a transformação operada nas últimas décadas, que levou à sua refutação, utilizando para o efeito o contributo metodológico, teórico e conceptual de alguns estudos produzidos desde a segunda metade do século XX.
Highlights
Entre outros, Marchand (2003) use a noção de ‘auto-organização’, enquanto processo e resultado de múltiplas ações e interações, para explicar a dinâmica da formação e transformação das formas; Marshall (2009) realce o comportamento e efeito ‘emergente’ da ordem urbana, onde muitas ações individuais com simples regras de interação permitem a constituição de formas complexas e coerentes, impossíveis de antecipar ou premeditar, mas cujo total é maior do que a soma das partes; ou Pinto (2012) interprete como ‘autopoiético’ o próprio sistema de desenvolvimento urbano, dada a verificação de que os agentes e interações envolvidos são definidos e mantidos por eles próprios, num processo contínuo e ininterrupto de transformação, cujo produto acaba por ser, exatamente, as várias formas urbanas
Não só levou ao desenvolvimento dos estudos como à própria aferição e reconhecimento de outras especificidades intencionais na produção urbana, inclusivamente para épocas anteriores, quer modernas ou medievais, sem que tivessem necessariamente uma materialização planimétrica ortogonal ou geometricamente regular
Summary
As categorias (regular / irregular) que permitiam classificar geometricamente as formas urbanas foram, então, definidas a partir da representação bidimensional e estática (porque a planta urbana representa uma realidade num dado momento) dos espaços urbanos, mas também, das ideias (planeado / espontâneo) que os conceitos traziam associado, fazendo com que a ‘história’ das formas urbanas traduzisse exatamente esta posição.
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