Abstract

O artigo analisa o caso da reforma administrativa do estado do Piauí entre 2003 e 2006. Com abordagem histórica e método de narrativa, explica esse processo. As reformas administrativas nos estados brasileiros foram marcadas pela difusão do ideário do novo gerencialismo público, tendo como marca a implementação de instrumentos de gestão importantes, como privatizações, ajustes fiscais, desenvolvimento de carreiras e racionalização dos processos de planejamento e orçamento. Esse processo de difusão de reformas administrativas estaduais ao longo dos anos de 1990 denomina-se conjuntura isomórfica. Um traço comum nas reformas dos estados brasileiros foi o impacto de seus contextos políticos locais nas novas estruturas institucionais. Isso marcou a permeabilidade e resistência de implementação das reformas. Não foi diferente com a reforma administrativa do Piauí, que ocorreu a partir do rearranjo das forças políticas do estado, porém sofrendo as vicissitudes da política local, que terminaram por influenciar decisivamente nos resultados.

Highlights

  • Isso se deve ao contexto político e econômico de muita resistência devido à cultura patrimonialista no exercício do poder estadual, aliado à escassez de quadros administrativos capazes de implementar reformas ou processos de modernização na gestão

  • Entretanto, ainda que as reformas administrativas tenham sido pretendidas nos estados, alguns contextos locais revelam extrema dificuldade de implementação de práticas administrativas e deficiência nas ISSN 2236-5710 estruturas institucionais necessárias para processos de modernização gerencialista da gestão pública

  • Deficiência dos sistemas e instrumentos de acompanhamento, controle e avaliação das políticas públicas Descoordenação das ações de governo GESTÃO E POLÍTICAS PÚBLICAS Ausência de sistemas de informação gerencial Fragilidade gerencial na execução das políticas Fragilidade na coordenação de políticas Dificuldade das secretarias de administração/planejamento em exercer seu papel estratégico TECNOLOGIA DE GESTÃO Baixa informatização Baixa adoção de ferramentas de gestão Dificuldade na apropriação e avaliação de custos Baixa incidência de práticas de gestão voltadas para resultado Deficiência na gestão do patrimônio mobiliário e imobiliário Desconhecimento da cultura organizacional Falta de avaliação no processo de reforma administrativa (gestão)

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Summary

INTRODUÇÃO

Este estudo analisa o processo de difusão do gerencialismo no âmbito das burocracias públicas estaduais do país e do movimento de modernização da estrutura administrativa, que foi iniciado na segunda metade da década de 1990 e se estendeu ao longo da primeira década do século XXI, tendo como caso para análise a experiência do estado do Piauí. Entretanto, ainda que as reformas administrativas tenham sido pretendidas nos estados, alguns contextos locais revelam extrema dificuldade de implementação de práticas administrativas e deficiência nas ISSN 2236-5710 estruturas institucionais necessárias para processos de modernização gerencialista da gestão pública. A segunda aborda a difusão da reforma gerencial no mundo e no Brasil; terceira trata o conceito de isomorfismo e analisa como se deu a difusão isomórfica das reformas administrativas de cunho gerencialista nos estados brasileiros; quarta versa sobre o método das narrativas, pois se trata de um estudo histórico.

A DIFUSÃO DAS REFORMAS GERENCIAIS NO MUNDO E O CASO BRASILEIRO
MÉTODO DAS NARRATIVAS COMO RECURSO METODOLÓGICOS
REFORMA ADMINISTRATIVA DO ESTADO DO PIAUÍ
TENTATIVA “ISOMÓRFICA” GERENCIALISTA DE REFORMA ADMINISTRATIVA NO PIAUÍ
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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