Abstract
O estudo examina o uso variável de formas verbais do imperativo no português brasileiro, em comparação com línguas que apresentam o imperativo com morfologia e sintaxe próprias, o chamado imperativo verdadeiro, além das formas derivadas do subjuntivo. Argumentamos que formas do imperativo no português brasileiro atual correspondentes ao imperativo verdadeiro nas línguas citadas não manifestam propriedades morfológicas e sintáticas específicas, bem como não são restringidas pelo traço discursivo [+ proximidade]. Demonstramos que há diferenças geográficas com relação ao fenômeno variável no português brasileiro, especialmente com relação à sintaxe da negação, dos pronomes objeto, e do vocativo, em oposição ao sujeito.
Highlights
This study examines the variable use of imperative forms in Brazilian Portuguese, in comparison with languages that display a special morphology and syntax for imperatives, along with forms derived from the subjunctive
Por sua vez, eram usadas com interlocutor singular em situação formal ou com interlocutores plurais em contexto discursivo neutro ou não-marcado
Na região Sul, há evidências de predominância de imperativo verdadeiro em Florianópolis (100%) e de imperativo supletivo em Lages (79%), duas cidades do estado de Santa Catarina (Bonfá, Pinto & Luiz 1997)
Summary
Conforme detalhado em Rivero (1994) e Rivero & Terzi (1995), as línguas podem apresentar dois tipos de imperativos gramaticais: um tipo que apresenta uma forma verbal própria à expressão desse modo, denominado imperativo verdadeiro, como no espanhol castelhano; e outro que não apresenta uma forma específica para a expressão do imperativo, denominado imperativo não-verdadeiro, como no francês. Ainda segundo os autores acima, as línguas cujos verbos apresentam uma morfologia própria ao imperativo dividem-se em duas classes, quando analisado seu comportamento sintático. (a) Classe I: línguas que apresentam um paradigma imperativo próprio, bem como uma sintaxe imperativa própria (espanhol castelhano e grego moderno, por exemplo);. (b) Classe II: Línguas que apresentam um paradigma imperativo próprio, mas não apresentam uma sintaxe própria ao imperativo (servo-croata, búlgaro e grego antigo, por exemplo). Para estabelecer um paralelo que faça sentido com os dados analisados do português brasileiro, adaptamos todos os exemplos para a forma singular, com base no quadro apresentado por Rivero (1994: 92), para o espanhol castelhano, o búlgaro e o servo-croata; e nos dados apresentados por Rivero & Terzi (1995: 304) para o grego moderno
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