Abstract
As redes sociais online (RSO) são ferramentas com potencial no desenvolvimento da literacia digital, focada na aquisição de competências técnicas, de análise crítica e de práticas de formação, contextualmente situada em contextos de aprendizagem formal e informal complementares. Apresentamos neste artigo os resultados de uma investigação que visou compreender se há condições para concretizar o potencial das RSO, pelo que inquirimos jovens portugueses (10‑16), seus professores e encarregados de educação (EE), a que se seguiram entrevistas de grupos focais e entrevistas semiestruturadas, seguindo o design dos métodos mistos. Os professores reconhecem potencial pedagógico às RSO, mas consideram, tal como os alunos e os EE, que a aprendizagem com recurso às RSO ocorre sobretudo no contexto informal, que veem como quase estanque em relação ao formal, não se sentindo preparados para os integrar no caso específico das RSO.
Highlights
Nos Estados Unidos da América, 92% dos jovens (13‐17 anos) acedem à Inter‐ net diariamente, sendo que 24% estão ligados ‘quase constantemente’, 56% ace‐ dem várias vezes por dia, só 12% afirmam aceder uma vez por dia
É no computador da família que se veri‐ ficam as maiores diferenças, pois é usado por metade dos alunos (52%) e dos encarregados de educação (EE) (46%), mas apenas por cerca de um quarto (27%) dos docentes (Gráfico 1)
São os adultos que mais usam apenas uma rede (32% dos EE e 20% dos docen‐ tes), sendo a percentagem residual entre alunos (7%)
Summary
A articulação das aprendizagens formal e informal pressupõe o alargamento do conceito de literacia, que mantém a lógica tradicional, assente em ler, escrever, ou‐ vir e falar, mas integra a literacia digital, que consiste em “criar, trabalhar, partilhar, socializar, investigar, jogar, colaborar, comunicar e aprender” (Meyers et al, 2013, p. 356). Os cidadãos do século XXI precisam de desenvolver três níveis de competências essenciais: i) as técnicas, para lidarem com as tecnologias digitais (e.g.: acesso, difusão de mensagens); ii) as reflexivas e criativas, para concretizarem a análise crítica e produção de mensagens media (Buckingham, 2009; UNESCO, 2011); iii) as sociais ou gerais, decisivas para uma participação efetiva em práticas contextual‐ mente situadas, que só fazem sentido em articulação com as duas anteriores, numa perspetiva holística, uma vez que “as competências não podem ser entendidas fora de um contexto” Mas se o caminho está definido, há obstáculos a ultrapassar em termos de tec‐ nologias da informação e comunicação (TIC) e media: i) existe um fosso de partici‐ pação na faixa de crianças e jovens, pois não basta ter acesso mas é preciso sa‐ ber usar de forma efetiva; ii) existe um problema de transparência, pois usar TIC e media para consumir e produzir mensagens não significa ser capaz de o fazer de forma crítica e reflexiva, o que obriga a uma preparação dos jovens nesse senti‐ do; iii) existe uma questão ética, pois a escrita de crianças e jovens é mais pública que nunca, sem que estejam preparados para o fazer, pois usam novas formas de expressão que os adultos não dominam, estando assim pouco sujeitos a acompa‐ nhamento e supervisão
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