Abstract
O objetivo deste artigo é, num primeiro momento, analisar os estatutos de dois partidos situados em pólos opostos do espectro ideológico, quais sejam, o PT e o PFL (atual Democratas). Com relação a este ponto, nosso objetivo é avaliar o grau de inclusividade que cada um dos referidos partidos prevê no processo de formação de suas listas de candidatos. Num segundo momento, pretendemos analisar os perfis dos candidatos à Assembléia Legislativa e à Câmara dos Deputados dos dois partidos e, por fim, ver em que medida tais perfis se relacionam às regras formais de recrutamento previstas nos estatutos partidários. A hipótese é que o processo formal exerce influência de alguma forma no recrutamento de candidatos e que a oposição ideológica sirva como um aparato explicativo das diferenças entre o recrutamento nos dois partidos.
Highlights
Mas o que seria propriamente um estudo sobre recrutamento? Em geral, no Brasil, as pesquisas que se identificam como estudos de recrutamento são, na verdade, análises do perfil sócio-econômico e profissional dos que “chegaram lá”, isto é, dos ocupantes dos postos mais importantes do sistema político brasileiro4
Estudos de “recrutamento político”, no entanto, precisam analisar todos os filtros que configuram o processo seletivo de uma elite política
Somente assim é que poderemos acompanhar, passo a passo, o processo que seleciona os que, por fim, ocuparão os postos de elite e somente assim poderemos ver quais grupos sociais simplesmente não se lançam na atividade política, quais grupos sociais buscam a carreira política, mas são dela alijados, e quais se encontram sobre-representados na elite política (NORRIS, 1997, em especial cap. 9)
Summary
Para a análise do grau de inclusividade dos estatutos do PT e do PFL quanto ao processo de escolha de candidatos, utilizaremos a contribuição de Reuven Hazan. O PFL não inclui em seu processo de seleção de delegados e convencionais a participação direta do filiado, deixando a cargo das executivas do partido e das instâncias burocráticas a escolha de candidatos ao legislativo. A diferença entre o PT e o PFL quanto a este ponto está posta pela análise que Rahat e Hazan (2001) propõem: o primeiro possui um método de seleção que conta com uma agência partidária eleita, enquanto os Liberais possuem, previsto em seu estatuto, uma agência partidária não eleita para a formação das convenções que selecionarão os candidatos.
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