Abstract

RESUMO A aprendizagem da ortográfica constitui um processo complexo, envolvendo questões lexicais e gramaticais. Muitos estudos sobre essa aprendizagem tratam os problemas ortográficos de modo independente e separado da produção textual. Neste estudo defendemos a importância de se analisar a aprendizagem da ortografia a partir da perspectiva proposta pela Genética Textual, colocando em destaque a gênese do processo de escritura e criação textual. Apresentamos o Sistema Ramos, metodologia de investigação que registra o processo de escritura em tempo e espaço real da sala de aula. Esse Sistema oferece informações multimodais (fala, escrita, gestualidade) sobre o que alunos, em duplas, reconhecem como problemas ortográficos (PO) e os comentários espontâneos feitos quando estão escrevendo o texto. Este estudo analisa justamente o momento em que aconteceram esses reconhecimentos e os comentários de duas alunas no 2º ano de escolaridade, durante a produção de seis histórias inventadas. Mais do que uma análise quantitativa dos tipos de PO identificados no produto, apresentamos uma análise enunciativa e microgenética de reconhecimentos de PO e seus comentários, particularmente aqueles PO antecipados pelas escreventes. Os resultados indicam: i. Reconhecimentos ensejam comentários nem sempre relacionados ao PO identificado; ii. Reconhecimentos e comentários estão relacionados aos conteúdos ortográficos ensinados em sala de aula; iii. Alguns PO reconhecidos envolvem a articulação de diferentes níveis linguísticos. Esses aspectos podem contribuir para a compreensão da aprendizagem da ortografia em situações didáticas propiciadas pela escrita colaborativa a dois.

Highlights

  • The path taken by the writers from the first texts onward, until they become autonomous as text producers, is long and complex, depending, above all, on a systematic teaching and reflective activity over their own writing (KELLOGG, 2008; PEREIRA, 2008; PEREIRA; BARBEIRO, 2010)

  • The difference between the quantity of words and the identified spelling problems (SP) in each process and its respective manuscript seems to relate to the student that was responsible for writing

  • In the manuscripts written by B, the SP were greater in number: Manuscript 2 (M2) = 38%, Manuscript 4 (M4) = 23% and Manuscript 6 (M6) = 40%

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Summary

Introduction

The path taken by the writers from the first texts onward, until they become autonomous as text producers, is long and complex, depending, above all, on a systematic teaching and reflective activity over their own writing (KELLOGG, 2008; PEREIRA, 2008; PEREIRA; BARBEIRO, 2010). It is not possible to anticipate at which point of the text the student will have doubts about the way a certain word is written, or in how a spelling problem would relate to other sub-systems or linguistic levels (for example, orthography and the use of the upper-case letter, the division of a word at the end of the line [translineation], grammatical or lexical-semantic knowledge to write homophone words).

Results
Conclusion

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