Abstract

No período de transição da ditadura para a democracia em Portugal é inegável a relevância dos media. Estes criaram factos políticos e estiveram, eles próprios, no centro de alguns dos mais emblemáticos combates então travados. Neste artigo, analisa-se o contexto dos jornais e do modo de praticar jornalismo na revolução, através de um estudo de caso: do jornal A Luta, criado em agosto de 1975. Próximo do Partido Socialista, A Luta tomou posições e assumiu-se, inequivocamente, como defensor da legalidade democrática enquanto via política para o futuro do país.

Highlights

  • In the transitional period from dictatorship to democracy in Portugal, the relevance of the media is undeniable

  • We analyze the context of journals and the ways of practicing journalism in the revolution, the case of A Luta, created in 1975

  • Autor do livro Os Saneamentos Políticos no Diário de Notícias no Verão Quente de 1975 (Alêtheia, 2014)

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Summary

Um ritmo intenso de trabalho e a ligação ao Partido Socialista

A Luta chega às bancas a 25 de agosto, dia em que são feitas duas edições. Jornal diário, vespertino, com 16 páginas e um preço de 4$00, prometia, no texto de apresentação, esforçar-se “para a construção de uma sociedade onde caibam todos os portugueses, comunidade verdadeiramente socialista e livre”. Encontramos os nomes incontornáveis de Raul Rêgo (diretor), que passara por títulos como Seara Nova, Jornal do Comércio e Diário de Lisboa, além de ter dirigido e encetado uma renovação no República antes de 1974 e ter sido Ministro da Comunicação Social do I Governo Provisório (1974), Vítor Direito (diretor adjunto) e João Gomes (chefe de redação), ambos jornalistas no Diário de Lisboa e República, ou Álvaro Guerra, escritor com várias obras publicadas e jornalista no República, entre outros. As fontes relacionadas com o partido constituíam, de facto, uma peça relevante no quotidiano da redação d’A Luta, já que muitos dos contactos e informações que obtinha em primeira mão vinham por essa via. O ambiente turbulento permanecerá até ao 25 de Novembro de 1975, consensualmente considerado o fim do PREC

Considerações finais
Referências Bibliográficas
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