Abstract

Uma criança, com roupa amarrotada e suja, observa um muro imponente de grades e de arame farpado. Não consegue ultrapassar aquele obstáculo e, por isso, parece resignada. Mesmo sem qualquer legenda, imediatamente nos ocorre que aquela fotografia terá sido captada num qualquer campo de refugiados ou numa zona fronteiriça vedada à circulação de pessoas. E assim se dá o mote à capa do livro Images of immigrants and refugees in Western Europe. Media representations, public opinion, and refugees’ experiences (2019), de Leen d’Haenens, Willem Joris e François Heinderyckx, que reúne o trabalho de investigadores sobre as implicações dos movimentos migratórios do ponto de vista comunicacional, mediático e sociológico, no contexto europeu...

Highlights

  • A promoção da multiculturalidade está na génese da União Europeia, o que sugere “uma tela que recupera memórias, evidencia culturas e identidades, potencia discussões, reivindica diálogos construtivos e transformadores” (Silva, Cabecinhas & Evans, 2019, p. 7)

  • Erdogan defendia que a Europa não estava a cooperar convenientemente com a Turquia nesta questão

  • Utilizando questionários online e entrevistas em profundidade, os autores concluíram que os refugiados se sentem representados, invariavelmente, como “vítimas” pelos meios de comunicação mainstream, lamentando a falta de notícias sobre o contributo positivo que poderiam oferecer às economias e sociedades europeias, uma linha conceptual já abordada anteriormente no livro

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Summary

Introduction

A promoção da multiculturalidade está na génese da União Europeia, o que sugere “uma tela que recupera memórias, evidencia culturas e identidades, potencia discussões, reivindica diálogos construtivos e transformadores” (Silva, Cabecinhas & Evans, 2019, p. 7). Saskia Sassen (2016), uma das académicas mais reconhecidas a nível mundial na área da Sociologia do Desenvolvimento e da Demografia, considera que existem três fluxos migratórios decisivos para a compreensão deste drama profundamente atual: 1) na América Central, onde crianças e adolescentes que, por sua conta e risco, procuram um refúgio num país estrangeiro; 2) no Sudeste Asiático, com a crise de refugiados que se desenha desde Mianmar, Tailândia e Malásia, rumo à Austrália e Nova Zelândia; 3) na Europa Mediterrânica, na ressaca da crise dos países petrolíferos, a partir de 2015.

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