Abstract

O objetivo deste artigo é descrever as dinâmicas relacionais da arte de rua a partir de um olhar para a trajetórias de artistas memoráveis de duas cidades brasileiras: São Paulo e Fortaleza. Desse modo, se há especificidades na forma em que os artistas de rua atuam nessas duas cidades, há também muitos pontos em comum, como a constituição de formas singulares de ocupação do espaço e de memórias políticas. Ao apresentar as especificidades das artes de rua e seus conflitos em duas cidades brasileiras, também se tentará situá-las no contexto político atual do país, mostrando como o Estado atua tanto para capturar ou reprimir essas intervenções.

Highlights

  • O objetivo deste artigo é descrever as dinâmicas relacionais da arte de rua a partir de um olhar para as trajetórias de artistas memoráveis de duas cidades brasileiras, São Paulo e Fortaleza

  • Em todos os protestos, havia faixas ou surgiam pixos nos muros com a pergunta “Cadê o Amarildo?”

  • A cidade criada e vivida pelas artes de rua paulistana é formada pelas ambiguidades provocativas inscritas pelos muitos Niggaz e #DI# dessa São Paulo tão desigual e opressora

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Summary

Alexandre Barbosa Pereira

O objetivo deste artigo é descrever as dinâmicas relacionais da arte de rua a partir de um olhar para as trajetórias de artistas memoráveis de duas cidades brasileiras, São Paulo e Fortaleza. Observa-se que o pixo — até então considerado um tipo de arte proibida, como os próprios autores se referem às suas práticas e, por isso, sem mensagens para o público mais geral — passa a propagar frases e palavras que se comunicam[6] com o universo mais amplo dos habitantes de São Paulo e Fortaleza, episódio que se replica em uma multiplicidade de cidades do país. A novidade dessa nova forma de atuação política no Brasil, cuja arte de rua é uma representante das mais significativas, é que outros sujeitos, que não os comumente porta-vozes de partidos, sindicatos e movimentos, nas manifestações, exibem e difundem signos, performances e estéticas de intervenção na cidade por vias da própria paisagem urbana e de seus corpos em movimento. Se não há uma adesão ao que comunica Pancada, pode-se cogitar que a incessante proliferação de imagens de pixos nas vias públicas de São Paulo e Fortaleza promove um curioso paradoxo entre permanência e efemeridade, concreto e transitório, o visível e o indecifrável, aquilo que muito se vê e, controvertidamente, se fecha na condição de hieróglifo que povoa histórias indizíveis e invisíveis das cidades modernas

Risco e reconhecimento na cidade de São Paulo
Considerações finais
Fontes da imprensa
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