Abstract

A queixa é o primeiro momento de contato entre paciente e terapeuta e dirá sobre os conteúdos manifestos dos sintomas e sobre os conteúdos latentes relacionados a ela: a demanda e o desejo. O objetivo deste trabalho foi identificar, por meio de um estudo de caso clínico, de que modo o reconhecimento da existência de uma demanda e de elementos relacionados ao desejo, ambos subjacentes à queixa do paciente, podem orientar a condução do processo terapêutico fonoaudiológico desde a entrevista. O método utilizado foi o estudo longitudinal de um caso clínico de um paciente com 11 anos, do sexo masculino, atendido entre setembro/2003 e dezembro/2004, com a queixa enunciada pelo pai: "T. não fala, só se comunica por sinais". A interpretação do material clínico foi subsidiada pela articulação entre referenciais teóricos fonoaudiológicos e psicanalíticos. Esse estudo obedeceu às normas éticas estabelecidas para pesquisas com seres humanos. Os resultados apontaram que a demanda do paciente estava relacionada à necessidade de ser escutado pela família e o desejo caminhava em direção à manutenção do sintoma, como forma de assegurar a continuidade do investimento familiar. Tais conteúdos subsidiaram as intervenções terapêuticas que resultaram no aumento da oralidade de T., possibilidade de interlocução e reconfiguração das queixas familiares. A(s) entrevista(s) deve(m) preceder e subsidiar os processos terapêuticos fonoaudiológicos e a queixa deve ser escutada para além da literalidade. A introdução do desejo interdita o tradicional planejamento terapêutico prévio, pois os conteúdos psíquicos relacionados aos sintomas não se submetem e/ou podem ser obstaculizados por atividades pré-programadas.

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