Abstract

Nos últimos quinze anos, a saúde no trabalho tem recebido atenção constante no debate social francês, particularmente após a cobertura da mídia sobre suicídios que ocorreram em grandes empresas como Renault, EDF, France Telecom e La Poste. Neste contexto, os atores sindicais são mais do que nunca interpelados sobre estas questões: eles não são apenas levados a negociar acordos sobre o tema, a debater nas instâncias representativas das categorias profissionais e a construir ações dentro de suas próprias organizações, mas também são chamados a responder, em um nível mais local, às crescentes demandas dos trabalhadores que enfrentam problemas de saúde relacionados ao seu trabalho. Este artigo propõe-se a examinar suas ações nessa área, com base em uma pesquisa realizada desde 2012 em um centro de pesquisa industrial. Para dar conta de sua história, suas práticas e experiências, são mobilizadas cerca de vinte entrevistas com representantes dos trabalhadores pertencentes a várias organizações, uma dúzia de entrevistas com membros da equipe de direção, médicos do trabalho, membros de departamentos de RH, funcionários e observações diretas das reuniões do Comitê de Empresa (CE).

Highlights

  • Issues : they have to negotiate agreements on the subject, to debate in the representative bodies of staff and to build actions within their own organizations and to respond, at a more local level, to the increasing demands of employees who encounter health problems related to their work

  • Este artículo se propone examinar sus acciones en esta área, con base en una encuesta realizada desde 2012 en un centro de investigación industrial

  • Se é verdade que as solicitações dos trabalhadores em sofrimento tiveram papel importante na estruturação das ações sindicais em matéria de saúde no trabalho do ponto de vista local, as maneiras de encarar o tema são fruto também da política desenvolvida nas instâncias nacionais

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Summary

Um centro de pesquisa num contexto de reestruturações de produção

Em um contexto de desregulamentação de seu setor de atividade, este antigo estabelecimento público nacional de caráter industrial e comercial, muda de status jurídico em 2004 para transformar-se em sociedade anônima de capital público, permitindo a abertura de seu capital e sua colocação na Bolsa. Especialmente desde sua implantação neste centro de pesquisa, a organização por projeto prolonga os efeitos desta socialização de valores como a competição e a superação dos próprios limites: ela instaura um mercado de trabalho de concorrência interna que implica, para os empregados, a obrigação de manter uma boa imagem junto a gerentes e chefes de projeto, mostrando-se “brilhantes”, “combativos” e “performáticos”, para retomar os termos nativos utilizados, afim de serem escolhidos para integrar os projetos mais valorizados, cujas equipes são recompostas, em média, a cada três anos. Também repercute na crescente preocupação das centrais e federações sindicais em relação à saúde dos trabalhadores para fomentar a construção progressiva do tema como ação sindical neste centro de P&D onde engenheiros, executivos e pesquisadores alimentam, no entanto, por sua autocensura, a invisibilidade das penibilidades de seu trabalho. Veremos que estas foram configuradas tanto pelas reivindicações sindicais (2.1.), quanto pelas experiências profissionais dos ativistas (2.2.) para chegarem, apesar da heterogeneidade dos posicionamentos, a um consenso intersindical apresentado em torno do questionamento da organização do trabalho (2.3.)

Concepções locais espelhadas nas linhas sindicais?
A gestão dos casos individuais: um horizonte bloqueado?
Nas instâncias de negociação: “manter a pressão” apesar do status quo
Qual “diálogo social” sobre a organização do trabalho?
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