Abstract

Introdução: Várias situações podem afetar o desenvolvimento e a saúde de crianças e adolescentes em idade escolar. O bullying, que se caracteriza por um conjunto de comportamentos agressivos, intencionais e repetitivos, marcado pelo desequilíbrio de poder entre vítimas e agressores, é uma das mais graves problemáticas nesse sentido, pois ocorre em um contexto em que se pressupõe segurança e o desenvolvimento da sociabilidade. Por isso esse estudo foi desenvolvido, para ampliar a compreensão sobre esse fenômeno, contemplando variáveis ignoradas em muitos estudos (interações familiares, modos de disciplina e fracasso escolar).
 Objetivo: Analisar a participação de estudantes em situações de bullying e suas experiências de vulnerabilidade “apanhar em casa” e “reprovaçãoescolar”.
 
 Método: Participaram do estudo 409 estudantes, entre 8 e 16 anos, do 3º ao 7º ano do Ensino Fundamental de duas escolas públicas. Os dados foram coletados por meio de um questionário com perguntas estruturadas com finalidade de descrever os possíveis papéis de participação no bullying e caracterizar os estudantes quanto ao contexto de vulnerabilidade social em que se encontravam. Foram considerados como indicadores de vulnerabilidade: renda per capita, escolaridade da população adulta, condições de moradia e índices de criminalidade/violência. Duas escolas foram cenário da pesquisa. Os dados foram analisados por meio de estatística inferencial com o uso dos testes Quiquadrado, para verificar a associação entre as variáveis, U de Mann-Whitney e Kruskal Wallis para comparação entre grupos.
 Resultados: Encontrou-se que apanhar em casa foi associado ao envolvimento dos estudantes em situações de bullying como vítimas, vítimas-agressoras e agressores. Esses estudantes também se diferenciaram em relação aos anos de reprovação escolar e frequência de punição física quando comparados com estudantes não envolvidos em situações de bullying. Estudantes classificados como vítimas agressoras demonstraram maior vulnerabilidade em relação às variáveis investigadas. Não houve diferenças significativas na comparação entre o sexo dos participantes e o envolvimento em situações de bullying.
 
 Conclusão: Observou-se que a punição física utilizada como estratégia de disciplina em casa e a reprovação escolar são fatores que aumentam a vulnerabilidade dos estudantes em relação à prática do bullying ou à vitimização. Os dados sinalizam que é necessário incluir as famílias nasações de intervenção antibullying. Ao mesmo tempo, é preciso considerar que essa inclusão não deve ficar restrita ao campo da educação ou daescola. É preciso pensar de forma intersetorial, principalmente incluindo as equipes de saúde da família que possuem momentos junto às famílias e que podem ser utilizados para pensar as técnicas de disciplina e o modo como os filhos, crianças e adolescentes são disciplinados em casa.

Highlights

  • School bullying is considered a set of aggressive, intentional and repetitive behaviors, marked by power imbalance between victims and bullies[1]

  • It was observed that physical punishment used as a home discipline strategy and school failure are factors that increase students’ vulnerability to bullying or victimization

  • It is necessary to think in an intersectoral way, especially including the family health teams that have moments with the families and that can be used to think about discipline techniques and how children, children and adolescents are disciplined at home

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Summary

Introduction

School bullying is considered a set of aggressive, intentional and repetitive behaviors, marked by power imbalance between victims and bullies[1]. The phenomenon, in general, has no evident motivation and causes pain, anguish and suffering to the victims, reflecting negatively on the emotional and psychological state of those involved[2] This type of violence does not have a wide visibility in the school scene, as it can be manifested in a secret or unnoticed way (insults, nicknames, gossip or isolation, for example), in its explicit or direct forms (such as physical aggression, for example) that can be identified[3]. This aspect makes the victim not to receive assistance or seek support to deal with the situation, since the relationship with the aggressive pairs is marked by a symbolic power imbalance. Boys are more involved in school bullying behaviors when compared to girls[5]

Methods
Findings
Discussion
Conclusion
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