Abstract

Após as críticas anti-humanistas estruturalistas e pós-estruturalistas à noção moderna de Sujeito, definido por sua identidade e interioridade transhistóricas – seja no recurso ao cogito, à razão, à consciência ou mesma à intersubjetividade e ao trabalho –, o marxismo se viu diante da exigência de enfrentar novamente um problema que sempre o perseguiu: como conceber um sujeito político de classe que se desvencilhe da carga metafísica própria das concepções modernas sobre o Sujeito. Mesmo que inconscientemente os diversos marxismos sempre trouxeram à contrabando a problemática do sujeito, visto que sua insistência em uma conceitualização de classe social leva a algo como um sujeito coletivo de lutas ou político. Com a crítica anti-humanista abriu-se caminho para uma construção teórica sobre a relação entre natureza e cultura, sujeito e objeto, humano e máquina que vai além dos limites estabelecidos pela filosofia moderna. Esse campo de estudos pode ser denominado genericamente de pós-humanismo, e é caracterizado por borrar as fronteiras citadas, levando a uma crítica mesma dessas separações. O dispositivo teórico marxista singular de Antonio Negri propõe uma conceituação de classe social e de sujeito/subjetividade classista que, além de partir das críticas anti-humanistas à metafísica do Sujeito, efetua uma composição entre o marxismo e as pautas propriamente pós-humanistas, chegando, com os conceitos de multidão e de comum, a uma concepção de sujeito classista que rompe com as barreiras do Sujeito moderno e institui uma espécie de humanismo depois da “morte do Homem”.

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