Abstract
Este texto trata da conjuntura política brasileira e do processo que redundou no golpe de Estado que destituiu a presidente eleita Dilma Rousseff. Articulando as noções de regime de verdade, práticas discursivas e política de escândalo, o texto avança na descrição da formação de uma articulação das classes dominantes, corporações da mídia, Ministério Público e Poder Judiciário para destruir as possibilidades eleitorais das forças de esquerda no Brasil, abrindo caminho para a implementação do receituário neoliberal. Apropriando-se principalmente da ideia do combate à corrupção, os velhos esquemas do poder econômico organizam a construção de discursos e ações de Estado que compõem o cinismo institucional como política de Estado.
Highlights
Em 1964, os generais brasileiros foram mobilizados para tomar o poder de Estado com a finalidade de barrar reformas importantes para a sociedade brasileira
A partir da chamada Nova República, os maiores financiadores de candidatos competitivos têm sido bancos, empresas privatizadas e corporações com grande relação com o Estado (Toledo, 2014; Agostine, Vieira & Basile, 2006)
Para obter recursos com a finalidade de vencer as eleições dominadas pelo poder do dinheiro, o partido passou a financiar suas campanhas da mesma forma que o PSDB, DEM e PMDB
Summary
Resumo Este texto trata da conjuntura política brasileira e do processo que redundou no golpe de Estado que destituiu a presidente eleita Dilma Rousseff. Articulando as noções de regime de verdade, práticas discursivas e política de escândalo, o texto avança na descrição da formação de uma articulação das classes dominantes, corporações da mídia, Ministério Público e Poder Judiciário para destruir as possibilidades eleitorais das forças de esquerda no Brasil, abrindo caminho para a implementação do receituário neoliberal. Apropriando-se principalmente da ideia do combate à corrupção, os velhos esquemas do poder econômico organizam a construção de discursos e ações de Estado que compõem o cinismo institucional como política de Estado. Palavras-chave Cinismo institucional; pós-verdade; jogos de verdade; neoliberalismo; Brasil
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