Abstract
O artigo busca pensar, a partir de uma sociologia da sexualidade, as provocações epistemológicas propostas por Judith Butler e Niklas Luhmann, sobretudo os pressupostos de que o sujeito é “inexistente”, vindo a existir por meio da linguagem, e de que a sociedade existe apartada do sujeito – sendo composta por comunicações. O texto discorre sobre os modos pelos quais a sociologia refletiu o corpo sexuado, passando pela polarização entre essencialistas/construcionistas, até as recentes tentativas de síntese entre esses polos, ilustrada com uma topologia baseada na faixa de Mobius lacaniana. O objetivo é ilustrar a importância dada à linguagem na constituição de corpos, sexualidade e valor de “humano”, a partir do exemplo de “crianças-feras” e do conceito butleriano de “abjeto”. Por fim, considera-se o Amor a partir de uma perspectiva sistêmica, com contribuições da Neurociência, concluindo que a Sociologia da Sexualidade se beneficia do sistema luhmanniano: o sujeito se configura mais autônomo em seu contexto social, psíquico e biológico e nos sistemas da sexualidade. Nesse cenário, não só o sujeito se torna central, porquanto seu próprio corpo físico seja a interseção de sistemas sociais, psíquicos e biológicos, mas também a sexualidade se torna cada vez mais autônoma, estetizada, atomizada a uma questão de escolha individual, com repercussões políticas, espaciais, corporais e sociais.
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