Abstract

A origem e evolução da Bacia Bambuí é tema de grandes debates, em muito intensificados pela recente corrida exploratória de empresas públicas e privadas em busca de hidrocarbonetos gasosos. Na porção sudoeste da bacia, são raras as oportunidades de se observar o contato basal das rochas sedimentares com seu embasamento, cujas características são cruciais para o entendimento dos processos de instalação da bacia e do início de seu preenchimento. Por meio de testemunhos de sondagem, teve-se acesso a toda a porção basal do Grupo Bambuí na região de Arcos (MG), incluindo seu embasamento. A seção amostrada exibe como embasamento um granodiorito arqueano (c. 2,8 - 2,9 Ga), fortemente fraturado à época da sedimentação. A unidade basal do Grupo Bambuí é um tilito de alojamento maciço, polimítico, de espessura decimétrica. Grãos de zircão separados da matriz do tilito foram datados e exibem um pico principal de idades em c. 2,8 Ga, indicando proveniência do próprio embasamento. Sobre o tilito repousam calcários impuros, que passam gradativamente para um pacote pelítico, em tendência de preenchimento retrogradacional. Fragmentos terrígenos no calcário impuro sugerem que o embasamento tenha continuado a atuar como fonte durante a sedimentação dos metros iniciais da seção. As rochas pelíticas que ocorrem para o topo têm assinatura litoquímica compatível com fontes ácidas, e possuem idades-modelo Sm-Nd de 1,7 Ga. O acervo de dados sugere que rochas da Faixa Brasília tenham atuado como fonte para as rochas pelíticas, corroborando a interpretação de um caráter foreland para a bacia.

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