Abstract

Foi avaliada a reparação óssea após implantação de proteínas morfogenéticas ósseas (BMP) em diferentes concentrações e períodos de observação, carreadas por auto-enxerto ósseo esponjoso (EOE), em falhas ósseas, produzidas na região fronto-parietal do crânio de 20 coelhas. A falha I não foi preenchida, a II foi completamente preenchida com 3mg de EOE e as falhas III, IV, V e VI foram preenchidas com EOE associado a 0,5; 1; 2 e 5mg de BMP, respectivamente. Nas avaliações mesoscópicas, post mortem, verificou-se que, independentemente do período de tratamento, o preenchimento ósseo iniciou-se a partir das bordas para o centro e do fundo para a superfície das falhas. Na falha I manifestou-se o menor preenchimento ósseo quando comparada com as demais falhas, em todos os períodos, e nas que receberam 2mg de BMP exibiu-se a melhor cobertura óssea. Microscopicamente, verificou-se que, aos sete dias, o preenchimento ósseo iniciou-se a partir das bordas e do fundo da lesão, com mobilização e diferenciação de células provenientes do periósteo e das meninges, respectivamente e, nas avaliações subseqüentes, a atividade osteoblástica originou-se, também, de "ilhas de ossificação" semelhantes a centros de ossificação, localizadas no centro da falha. A formação trabecular aumentou, proporcionalmente, com a concentração utilizada de BMP, e a aposição e organização óssea aumentaram com o tempo de observação. Verificou-se também a presença de tecido cartilaginoso. A BMP associada ao EOE contribuiu para a formação de novo tecido ósseo, promovendo maior mobilização, diferenciação e organização celular, e abreviou o tempo de formação óssea, sugerindo processo de ossificação endocondral. Os melhores resultados foram observados com a associação de 2mg de BMP a 3mg de enxerto, e a adição de BMP, mesmo em menor quantidade, determinou precocidade de formação óssea. A maior quantidade de BMP não determinou maior preenchimento ósseo.

Highlights

  • Proteínas morfogenéticas ósseas (BMP) são proteínas não colágenas, presentes na matriz óssea, responsáveis pelo recrutamento celular e indução da diferenciação das células mesenquimais não diferenciadas em condroblastos e osteoblastos, produzindo novo tecido ósseo, in vivo e in vitro (Sommerman et al, 1983; Oleskovicz et al, 2004)

  • O modelo experimental utilizado destaca-se pela baixa capacidade regenerativa dos ossos do crânio, e permite avaliar alternativas reconstrutivas com agentes que estimulam a reparação, uma vez que implantes sintéticos podem provocar desconforto ao paciente e o auto-enxerto ósseo, quando usado isoladamente, corre o risco de ser reabsorvido antes que a reparação se processe por completo, segundo Del Carlo et al (1994) e Braz et al (2003)

  • As concentrações de bone morphogenetic proteins (BMP) utilizadas estavam dentro dos limites de toxicidade estabelecidos como seguros para leporídeos por Sato e Urist (1985) e Chelline et al (2002)

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Summary

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi realizado em 20 coelhas da raça Nova Zelândia, com peso médio de 3,5kg e idade entre seis e sete meses, mantidas em gaiolas individuais e alimentadas com ração comercial, feno e água. À época dos procedimentos cirúrgicos, os animais foram mantidos em jejum sólido de oito horas e pré-anestesiados com acepromazina. Foi realizada anestesia geral dissociativa de tiletamina/zolazepan (30mg/kg/IV) associados numa mesma seringa com 1mg/kg de levomepromazina4 0,5 %. Foram também submetidos à anestesia epidural com lidocaína. 2% (0,9ml/animal) para maior conforto durante a coleta do auto-enxerto ósseo na crista ilíaca. A antibioticoterapia foi realizada com cinco aplicações de cefalexina (5mg/kg/IM), uma após a indução anestésica e a cada 24 horas após o procedimento cirúrgico. A analgesia foi realizada com morfina (0,4mg/kg/VO), no período préoperatório e a cada oito horas pós-cirurgia, durante três dias e, como medicação antiinflamatória, no pré-operatório foi utilizado cetoprofeno (1,1mg/kg/SC)

1Aprovado pela Comissão de Ética na Experimentação
RESULTADOS E DISCUSSÃO
III
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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