Abstract

O presente trabalho tem como objetivo decompor o crescimento da produtividade do trabalho da indústria brasileira no período 1996-2016 com o intuito de identificar as contribuições da mudança estrutural e da produtividade intrassetorial para o referido crescimento agregado, bem como avaliar o seu padrão de concentração setorial de crescimento. A partir de uma abordagem desagregada, com base nas informações anuais de 95 atividades econômicas da PIA-Empresa, o presente artigo contribui para a literatura em diversas frentes. Ao realizar diferentes métodos de decomposição e de agregação dos dados, foi possível avaliar com propriedade a real contribuição dos determinantes do crescimento da produtividade industrial brasileira no período. Os resultados indicaram, de forma geral, contribuições positivas do componente intrassetorial e contribuições negativas do componente mudança estrutural. Em relação ao padrão de concentração setorial do crescimento da produtividade industrial agregada, observou-se uma concentração bastante desigual e localizada.

Highlights

  • The present study aims to decompose the labor productivity growth of the Brazilian industry in the period 1996-2016 in order to identify the contributions of structural change and intrasectoral productivity to the referred aggregate growth, as well as to evaluate its sectorial concentration pattern growth

  • Entretanto, essa escolha ignora todos os dados entre os dois anos analisados, o que pode vir a influenciar os resultados da decomposição, pela possibilidade de movimento do fator trabalho do tipo “vai e vem” entre as atividades econômicas e, especialmente, quando o período analisado for muito longo, as produtividades setoriais e as participações do emprego flutuarem ao longo do tempo e não seguirem uma tendência monotônica de crescimento durante o período em questão (DIAO; McMILLAN; RODRIK, 2017)

  • Embora uma mudança estrutural em direção às atividades intensivas em tecnologia aumentaria o nível de produtividade dessas atividades (o que não ocorreu no período, pelo contrário, já que a sua participação no emprego reduziu), a baixa agregação de valor aos produtos de parte do tecido industrial mais tecnológico também pode ser resultado tanto de uma atuação bem distante da fronteira tecnológica, quanto ao aumento do processo de maquila nessas atividades

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Summary

Introdução

Uma regularidade empírica encontrada e bastante difundida na literatura de desenvolvimento econômico é a de que o desempenho de longo prazo de uma economia depende da sua capacidade em promover a mudança estrutural a partir das tendências da realocação de fatores, insumos e produtos de setores menos produtivos para aqueles com maiores dinamismos tecnológico e da demanda (FISHER, 1939; CLARK, 1940; LEWIS, 1954; KALDOR, 1961; KUZNETS, 1966; CHENERY; ROBINSON; SYRQUIN, 1986; HIDALGO; HAUSMANN, 2009; DUARTE; RESTUCCIA, 2010; McMILLAN; RODRIK, 2011; HERRENDORF; ROGERSON; VALENTINYI, 2014). Com o intuito em contribuir para o debate sobre a perda de dinamismo da indústria brasileira nos últimos anos, o objetivo do presente estudo consiste em investigar o crescimento da produtividade do trabalho da indústria brasileira e o papel de seus determinantes, quais sejam, a produtividade intrassetorial (aumento da produtividade agregada pelo aumento da produtividade de uma atividade econômica) e a mudança estrutural (realocação dos trabalhadores de atividades menos produtivas para outras mais produtivas), a partir de técnicas de growth accounting (decomposição do crescimento da produtividade agregada). Entretanto, essa escolha ignora todos os dados entre os dois anos analisados, o que pode vir a influenciar os resultados da decomposição (resultando em subestimações ou superestimações da dimensão desses componentes), pela possibilidade de movimento do fator trabalho do tipo “vai e vem” entre as atividades econômicas e, especialmente, quando o período analisado for muito longo, as produtividades setoriais e as participações do emprego flutuarem ao longo do tempo e não seguirem uma tendência monotônica de crescimento durante o período em questão (DIAO; McMILLAN; RODRIK, 2017). Para alcançar o objetivo proposto, o artigo está dividido, além desta Introdução, em sete seções: a seção 2 discorre sobre os quatro diferentes métodos mais empregados na literatura para decompor o crescimento da produtividade e que serão utilizados no trabalho; a seção 3 apresenta a construção da base de dados utilizada; a seção 4 revisa a metodologia e resultados de trabalhos que também se voltam ao estudo do crescimento da produtividade da indústria brasileira; a seção 5 apresenta uma visão panorâmica sobre os dados utilizados; a seção 6 expõe e discute os resultados das decomposições empreendidas; a seção 7 investiga os padrões de concentração setorial do crescimento da produtividade; por fim, as considerações finais compõem a última seção

Considerações metodológicas2
Construção da base de dados
Breve revisão da literatura empírica
Uma visão geral dos dados
Resultados das decomposições
10 Menores contribuições
Considerações finais
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