Abstract

Neste este artigo focalizamos a modalidade de relação que o pesquisador engendra com o seu campo de investigação — o campo das experiências humanas — a fim de delinear um pensamento que possa funcionar como horizonte dos procedimentos metodológicos utilizados nas pesquisas stricto sensu conduzidas em nosso grupo. Trata-se de pôr em questão o par sujeito-objeto, de modo a transpassar o realismo científico e os meros construtivimos. Trazemos para nossa argumentação um panorama genealógico da noção de sujeito para chegar ao deslocamento de sua posição perante os objetos produzido por Kant (1787/1974). Em solo kantiano — e permitindo-nos arriscar além dele — parece-nos legítimo semear a ideia de que as investigações por nós conduzidas, do recorte das experiências humanas considerado, podem ter como alvo a circunscrição da potência da coisa (do material, da exterioridade, do objeto, como quer que a designemos) de afetar o pesquisador. E, com certo atrevimento, apostamos na noção de campo transferencial como referência ao que precede e acompanha a captura e o registro da potência de afetar da coisa, esta necessariamente pertencente à esfera do não-antecipável, porquanto da ordem do acontecimento. Propomos como condição e consequência de nossa posição epistemológica a construção de cenas-acontecimento como forma de apresentação dos resultados da pesquisa.

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