Abstract

Resumo Histórico: Transplante renal (TR) melhora qualidade de vida, incluindo recuperação da fertilidade. Objetivo: descrever desfechos gestacionais pós-TR e sobrevida de longo prazo da paciente e do enxerto renal comparada a um grupo controle pareado de receptoras de TR que não conceberam. Métodos: estudo retrospectivo caso-controle com receptoras de TR de 1977 a 2016, acompanhadas até 2019. Resultados: foram identificadas 1.253 receptoras de TR em idade fértil no período do estudo: 78 (6,2%) gestantes (casos), total de 97 gestações. Tempo mediano entre TR até concepção foi 53,0 (21,5 – 91,0) meses. Taxa de aborto foi 41% (espontâneo 21,6%, terapêutico 19,6%), parto prematuro, 32%, e a termo, 24%. Pré-eclâmpsia (PE) ocorreu em 42% das gestações que alcançaram pelo menos 20 semanas. Presença de 2 ou mais fatores de risco para desfechos gestacionais desfavoráveis foi significativamente associada a abortos [OR 3,33 (IC95% 1,43 – 7,75), p = 0,007] e perda de enxerto renal em 2 anos. O grupo controle de 78 mulheres com TR foi comparável na creatinina basal [1,2 (1,0 – 1,5) mg/dL nos dois grupos, p = 0,95] e na relação proteína/creatinina urinária (RPCU) [0,27 (0,15 – 0,44) vs. 0,24 (0,02 – 0,30), p = 0,06]. Sobrevida do enxerto foi maior nos casos que nos controles em 5 anos (85,6% vs. 71,5%, p = 0,012) e 10 anos (71,9% vs. 55,0%, p = 0,012) de acompanhamento. Conclusão: a gestação pode ser bem-sucedida após TR, mas existem altas taxas de abortos e partos prematuros. Aconselhamento pré-concepção é necessário e deve incluir aspectos éticos.

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