Abstract

 Descrevemos a funcionalidade dos prefixos relacionais da língua Kaiowá, membro do sub-ramo I da família linguística Tupí-Guaraní (cf. Rodrigues, 1985). De acordo com Rodrigues (1981, 1985, 1996) e Cabral (2001), trata-se de morfemas que marcam relações de dependência (subordinação e determinação) e de contiguidade sintática entre temas relativos (verbos, posposicições e parte dos temas nominais) e seus respectivos determinante. Em Kaiowá, identificamos quatro prefixos relacionais: R1 (marca de contiguidade sintática do determinante em relação ao determinado); R2 (marca de não-contiguidade sintática do determinante em relação ao tema determinado); R3 (marca de correferencialidade com o sujeito de terceira pessoa); e R4 (marca no determinado que o seu determinante é genérico humano). Demonstramos que, embora os relacionaisda língua Kaiowá tenham sofrido mudanças na história da língua, as quais ocasionaram deslocamentos de temas de uma classe a outra, continuam ativos e fundamentais na morfossintaxe Kaiowá.
Highlights
We describe the functionality of the relational prefixes found in the Kaiowá language, a member of sub-branch I of the Tupí-Guaraní family (Rodrigues, 1985)
Descrevemos, assim, a funcionalidade dos prefixos relacionais existentes na língua Kaiowá, fundamentando nosso estudo em Rodrigues (1981, 1996) e Cabral (2001)
Rodrigues (1981), na descrição das estruturas do Tupinambá, chama de prefixos relacionais um conjunto de morfemas que estabelece relações de dependência e contiguidade sintática entre termos ou expressões determinantes e os núcleos por estes determinados11
Summary
Os povos Kaiowá e Guarani-Nhandéva, no Brasil, estão localizados ao sul do estado de Mato Grosso do Sul. Somam, segundo o IBGE, uma população de cerca de 51.801 indivíduos, dentre os quais 38.525 teriam vivido nas 8 reservas indígenas criadas pelo SPI, no período entre 1915 e 1928, 10.646 nas 22 terras indígenas demarcadas após 1980 e 2.630 em 25 acampamentos 6. Somente a partir dos movimentos de luta por demarcação de terras na década de 1970, o Estado passa a considerar a possibilidade de identificar e delimitar terras para os Guarani e Kaiowá, o que é feito a partir da década de 1980. 104) informa que apenas 22,02% das áreas reconhecidas após 1980 estão na posse dos Guarani e Kaiowá, pois somente 30.415 ha dos 138.096 ha permanecem sob o domínio indígena, os 77,98% restantes continuam sendo apenas terras de papel. A língua Kaiowá foi classificado por Rodrigues (1984/1985) como um dos membros do sub-ramo I da família Tupí-Guaraní, do qual fazem parte também o Guaraní Antigo, o Nhandéva, o Guarani Paraguaio, o Xetá (Serra dos Dourados), o Mbyá, o Chiriguano (Ava), o Tapieté, o Isoceño (Chané) e o Guayakí (Aché)
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