Abstract
Este ensaio teórico discute abordagens híbridas e articulações entre arte, design e antropologia sob o ponto de vista do campo emergente intitulado design anthropology. Por meio da análise de dois trabalhos artístico-fotográficos, apresentam-se alguns modos de proceder – analíticos e generativos – que aproximam estes campos e ampliam suas possibilidades e suas fronteiras de atuação. Por fim, apresentam-se alguns delineamentos e contribuições para a pesquisa em design na intersecção entre estas áreas que tangenciam as relações entre novas tecnologias, a polissemia da imagem e a emergência de novas linguagens, que podem enriquecer a construção de associações e a produção de sentidos no contexto de projeto.
Highlights
O presente artigo visa discutir procedimentos metodológicos, poéticas e processos de criação na articulação entre design, arte e antropologia
Resultados obtidos pelos artistas à luz de uma aproximação com o campo de estudo intitulado Design Anthropology, enfocando de forma mais aprofundada o papel da imagem na etnografia e suas relações na construção de novas abordagens metodológicas em design
Na mesma linha de Bonfim (1997), quando disserta sobre o papel do designer como interventor, Anastassakis & Kuschnir (2014, p. 7), adicionam ao design a perspectiva do Design Anthropology, quando afirmam que este campo de estudo “[...] envolve formas intervencionistas de pesquisa e projeto em campo, trabalho realizado através de ciclos iterativos de reflexão e ação, combinando procedimentos, métodos e ferramentas das duas áreas, design e antropologia”
Summary
O presente artigo visa discutir procedimentos metodológicos, poéticas e processos de criação na articulação entre design, arte e antropologia. O trabalho analisa – sob o viés do campo de estudo emergente intitulado design anthropology – dois trabalhos artísticofotográficos, considerando seus modos de proceder em termos analíticos ou metodológicos e generativos ou de criação, bem como suas relações com novos meios e tecnologias emergentes que ressignificam e ampliam suas possibilidades. Trata-se de considerar não apenas os aspectos multisemióticos e polissêmicos da própria imagem ou sua emergência como um recurso tecnológico de registro de pesquisa na antropologia, na arte ou no design, mas como uma tecnologia capaz de causar modificações nos processos destas áreas, hibridizando linguagens, textualidades e hipertextualidades na aproximação entre estes campos
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