Abstract

Resumo: O artigo procura desenvolver o tema levinasiano da substituição, central para a compreensão do conjunto da obra do filósofo que propõe a ética como filosofia primeira. Como viés interpretativo toma-se o conceito de literatura menor da obra de Deleuze e Guattari, Kafka: pour une littérature mineure. Sabe-se que a filosofia de Levinas propõe uma crítica radical da ontologia, segundo ele, responsável pelo psiquismo da violência e do mal radical. Mas, uma vez que o discurso filosófico é essencialmente ontológico, a ética como filosofia primeira vai se ver em constante luta e dor da expressão, como diz Levinas. A filosofia de Levinas, como a literatura de Kafka, é o resultado de um processo de estrangulamento ou de impossibilidade. A análise da substituição como uma poética justifica-se por ser tal discurso, ausente de condições, um processo criador. Levinas fala como um autêntico estrangeiro na terra da filosofia: o outro que se apropria da língua nativa de Platão e Aristóteles para comunicar uma filosofia nova. A substituição é o resultado mais bem elaborado desse processo de criação filosófica.Abstract: The article aims to develop Levinas’ notion of substitution, essential to the understanding of his work, in which he proposes Ethics as the first philosophy. It takes the concept of minor literature, in the work of Deleuze and Guattari, Kafka: pour une littérature mineure, as its interpretive framework. The philosophy of Levinas is known to propose a radical critique of ontology that, according to him, is responsible for the psychological trend to violence and for the radical evil. However, considering the essentially ontological character of philosophical discourse, Ethics as first philosophy will, according to Levinas, be constantly struggling and suffering in an attempt to express itself. Levinas’ philosophy, as well as Kafka’s literature, are the result of a process of strangling of discourse or the proof of its impossibility. The analysis of substitution as poetics is justified by the fact that such discourse is, because without any conditions, a creative process. Levinas speaks as a genuine stranger in the land of philosophy, as the other who uses the language of Plato and Aristotle to transmit a brand new philosophy. Substitution being the most successful result of this creative.

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