Abstract

Este artigo investigou os potenciais ganhos do setor de carnes americano advindos da implantação do Sistema Nacional de Identificação Animal (NAIS), dos EUA. Foram analisados os potenciais efeitos do NAIS sobre a percepção de risco dos consumidores americanos em relação aos perigos decorrentes do consumo das carnes bovina, suína e de aves e seus derivados. Sistemas de equações de demanda foram estimados, incorporando-se como "proxies" da percepção de risco do consumidor, séries de índices de segurança do alimento, separadamente construídas para cada tipo de carne. Tais séries foram concebidas, somando-se o número de referências nos principais jornais americanos a problemas de segurança da carne. Foi utilizado o melhor modelo estimado, escolhido com base em uma série de testes de especificação, para se construir três cenários, simulando-se os casos em que o NAIS não está implementado; que está implementado apenas para o gado bovino; e que está implementado para suínos e bovinos. Foram utilizadas as diferenças entre as receitas estimadas para cada cenário e para cada tipo de carne, como uma medida do potencial ganho advindo da implementação do NAIS. Foi concluído que os setores da carne bovina e suína poderiam arcar com os custos do NAIS. Esse resultado, contudo, depende de o quanto desses potenciais ganhos chegarão efetivamente aos produtores agrícolas.

Highlights

  • Medidas visando à segurança da carne utilizada na alimentação humana têm se fundamentado na premissa de que o perigo de Enfermidades Transmitidas por Alimentos (ETAs) decorre primordialmente da contaminação bacteriana

  • Em caso de detecção de animais infectados com BSE, um sistema nacional de rastreabilidade animal (NAIS) poderia rastrear “para trás” as propriedades por onde tais animais passaram em sua vida para, em seguida, rastrear “para frente” os animais provenientes de tais propriedades

  • Juntamente com as demais séries de variáveis explicativas, são inseridas nas equações estimadas do sistema escolhido e os passos subsequentes são os mesmos adotados no cenário-base para se obter as séries de receita total em valores de setembro de 2005 para cada carne

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Summary

Introdução

Medidas visando à segurança da carne utilizada na alimentação humana têm se fundamentado na premissa de que o perigo de Enfermidades Transmitidas por Alimentos (ETAs) decorre primordialmente da contaminação bacteriana. O fato é que a percepção de risco do consumidor com relação ao mau da vaca louca tem feito com que a rastreabilidade da produção dos animais nas fazendas se tornasse fundamental à sustentação da demanda por carne bovina. Possíveis deslocamentos da curva de demanda para baixo, que ocorreriam em decorrência de um evento ou notícia/ artigo sobre questões relacionadas com a segurança de algum tipo de carne, seriam mitigados se um sistema de rastreabilidade animal, como o NAIS, estivesse em uso. O presente artigo investiga o quanto poderia ter sido evitado de deslocamentos para baixo nas demandas por carnes bovina e suína nos EUA como um potencial efeito benéfico do NAIS para as cadeias produtivas de cada uma dessas carnes. Finalmente, procede-se à discussão sobre o potencial benefício do NAIS nos EUA, fundamentando-a nos resultados advindos da construção e comparação de cenários

Metodologia
Dados e construção das séries
Resultados e discussão
Sobre os benefícios do NAIS
Conclusão
Referências bibliográficas
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