Abstract

Este artigo apresenta os resultados de pesquisa desenvolvida no Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo, com o objetivo de compreender os limites e possibilidades da aplicação da lei 10.639/2003 para o ensino de Geografia. Para tanto, realizou-se estudo de caso, acompanhando, por 6 meses, o trabalho de uma docente de geografia em uma escola pública da rede estadual de São Paulo. Durante este período, foi possível observar as ações didáticas desenvolvidas pela docente, com o intuito de problematizar e recriar o currículo de geografia, articulando-o com os debates sobre a geografia da África e a Questão Negra no Brasil e no Mundo. Apesar das dificuldades apresentadas, o trabalho desenvolvido pela docente acompanhada demonstrou a importância de se construir outras formas de compreensão do conhecimento e da geografia que possibilitem a superação de uma visão de mundo eurocentrada e que tem, em seus fundamentos, o racismo. Atuando de forma crítica em relação ao currículo, a docente pode construir ações didáticas que, ao dialogarem com a geografia da África e com a questão negra, possibilitassem aos alunos um outro olhar sobre si mesmos, suas identidades e geografias.

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