Abstract

Neste trabalho, analisamos o contexto histórico, político-ideológico e sociolinguístico a partir do qual Moçambique adoptou as suas políticas linguísticas, tendo em conta a diversidade linguístico-cultural que caracteriza o país e problematizar a sua eficácia decorrente das ambivalências geradas em torno da oficialização do Português Europeu sem o nacionalizar e da nacionalização das línguas autóctones sem as oficializar. Além disso, observamos o facto de a lógica do que está institucionalizado estar a ser subvertida pela prática consuetudinária dos usos da linguagem, isto é, o Português Europeu como norma-padrão no país está nativizado e endogeneizado à ecologia sociocultural e linguística concomitante à moçambicanidade, pelo que devia ser normatizado e consagrado como língua oficial e nacional de Moçambique. Isso se deve ao fato de que a norma-padrão europeia é uma hipóstase e cada vez menos relacionada com as dinâmicas sociolinguísticas e culturais em curso. Essa afirmação pode ser constatada por meio de estudos já consolidados de linguistas como Firmino (2006) que apontam para a consolidação de características específicas desta outra língua portuguesa nas áreas do léxico, sintaxe e semântica.

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