Abstract

O texto analisa o Mercosul sob a perspectiva das políticas exteriores de Brasil e Argentina e a influência destas sobre a conformação do bloco.

Highlights

  • Coincidente com as aproximações em política econômica e uma similar visão “positiva” (diríamos até benéfica) sobre a globalização, o modelo eleito pelos governos de Menem e Collor para desenhar o Mercosul, e do qual participariam também os governos de Uruguai e Paraguai, se caracterizaria por três elementos: 1) o regionalismo aberto como paradigma de integração, quer dizer, “regionalização rumo à globalização”; 2) institucionalidade intergovernamental; 3) concepção predominantemente Estado-cêntrica, com pouco aprofundamento institucional.

  • Entretanto, na realidade, haveria profundas contradições entre teoria e prática e, enquanto a percepção sobre o Mercosul mudava – reduzindo-se o perfil de importância por causa, também, das significativas reduções nas ambições ou interesses mais globais, como conseqüência de uma situação ou percepção da própria debilidade econômica e financeira –, endurecia-se a posição a respeito da Argentina e o objetivo em relação a esta parecia ser mais a vontade de por seu sócio em cadeira de rodas.

  • O paradoxo é que, enquanto o Brasil buscou (ou aspirou, ao menos) um reconhecimento internacional como potência média – objetivo definido de Itamar Franco e Fernando Henrique – e declara aspirar à liderança no Cone Sul, questões todas de alta política, privilegiou permanentemente a dimensão comercial como a forma de inserção internacional; enquanto a Argentina, que declarou, sob Menem, sua opção pelo paradigma trading state, formulando, por sua vez, seu próprio paradigma cidadão-cêntrico12 , questões que remetem a uma leitura de baixa política, privilegiou a “dimensão política” na inserção internacional (aliança com os Estados Unidos e a OTAN; política de segurança; conflito com o Brasil em torno do tema da representação no Conselho de Segurança da ONU, etc.).

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Summary

Introduction

Coincidente com as aproximações em política econômica e uma similar visão “positiva” (diríamos até benéfica) sobre a globalização, o modelo eleito pelos governos de Menem e Collor para desenhar o Mercosul, e do qual participariam também os governos de Uruguai e Paraguai, se caracterizaria por três elementos: 1) o regionalismo aberto como paradigma de integração, quer dizer, “regionalização rumo à globalização”; 2) institucionalidade intergovernamental; 3) concepção predominantemente Estado-cêntrica, com pouco aprofundamento institucional.

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