Abstract

Para serem avaliadas, as gestões de Gilberto Gil (2003-2008) e Juca Ferreira (2008 em diante) no Ministério da Cultura do Brasil não devem ser comparadas apenas com a gestão Francisco Weffort (1995-2002). Um estudo rigoroso requer que elas sejam confrontadas com as três tristes tradições que marcam as políticas culturais nacionais: a ausência, o autoritarismo e a instabilidade. O trabalho analisa as políticas culturais desenvolvidas pelo Governo Luiz Inácio Lula da Silva com este foco.

Highlights

  • Resumo: Para serem avaliadas, as gestões de Gilberto Gil (2003-2008) e Juca Ferreira (2008 em diante) no Ministério da Cultura do Brasil não devem ser comparadas apenas com a gestão Francisco Weffort (1995-2002)

  • Um estudo rigoroso requer que elas sejam confrontadas com as três tristes tradições que marcam as políticas culturais nacionais: a ausência, o autoritarismo e a instabilidade

  • O descompasso entre estas modalidades de cultura vivenciadas pela população brasileira – ainda que com todos os seus problemas de padronização e submissão à lógica mercantil das indústrias culturais – e o universo atendido pela intervenção do Ministério da Cultura, por certo, é um dos mais gritantes contrastes das políticas culturais do Estado brasileiro

Read more

Summary

Ausências

Ela está presente entre nós desde os tempos da colônia. Quais as políticas para o desenvolvimento da cultura que podiam conviver com o período colonial? O menosprezo e a perseguição das culturas indígenas e africanas; o bloqueio das culturas ocidentais, em especial aquelas na época progressistas, como a francesa, com: a proibição de instalação de imprensas, o controle da circulação de livros, e a inexistência de ensino superior e universidades. As pessoalizadas atitudes culturais de Dom Pedro II, a rigor, não podem ser pensadas como uma efetiva política para a cultura. Estimular a inauguração dos Institutos Históricos e Geográficos; assumir uma postura de mecenas com alguns criadores culturais e ser, ele mesmo, um criador bissexto (em fotografia) não configuram uma nova atitude do Estado brasileiro em relação à cultura, como supõem Márcio de Souza e José Álvaro Moisés. As esporádicas ações na área de patrimônio não podem ser tomadas como uma nova atitude do Estado no campo cultural. O uso, em 1953, da expressão cultura para designar secundariamente um ministério, Educação e Cultura, e a criação do Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB), além de outras medidas menores, não sugerem nenhuma mutação essencial a esta persistente ausência de políticas culturais no Brasil. “...o grande desafio da época contemporânea, na área da cultura, que é inverter a tendência histórica brasileira, segundo a qual os grandes avanços institucionais do setor fizeram-se em períodos autoritários” (Moises, 2001, p.46)

Autoritarismos
Instabilidades
Enfrentamentos
Full Text
Paper version not known

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call

Disclaimer: All third-party content on this website/platform is and will remain the property of their respective owners and is provided on "as is" basis without any warranties, express or implied. Use of third-party content does not indicate any affiliation, sponsorship with or endorsement by them. Any references to third-party content is to identify the corresponding services and shall be considered fair use under The CopyrightLaw.