Abstract

Há uma importante lacuna na literatura, sobre os conceitos centrais e as abordagens teóricas relativas à interface entre políticas públicas e a problemática do saneamento. Visando contribuir com o avanço do tema da formulação de políticas públicas para a área, com maiores efetividade e eficiência, o artigo desenvolve revisão da literatura relacionada. Entende-se que os elementos essenciais nesse enfoque são a necessidade de (i) integrar os aspectos técnicos com o processo de formulação e implementação de políticas públicas; (ii) incorporar na análise o papel dos condicionantes sistêmicos sobre tal processo. Atribui-se ênfase ainda à interdependência entre essas formulações e o contexto sócio-político-econômico em questão e ao conceito de que as políticas públicas devam ser formuladas e avaliadas considerando o saneamento como direito. São desenvolvidas duas frentes, em que se observa o potencial de contribuição dos conceitos das políticas públicas - a formulação de políticas e a avaliação de políticas. A conclusão assinala que o estudo das políticas públicas de saneamento nos países em desenvolvimento deve priorizar um determinado número de questões e desafios, que são brevemente discutidos.

Highlights

  • Há uma importante lacuna na literatura, sobre os conceitos centrais e as abordagens teóricas relativas à interface entre políticas públicas e a problemática do saneamento

  • This article argues that there is an important gap in the literature regarding the central concepts and theoretical approaches dealing with the interface between public policy and environmental sanitation

  • The conclusion suggests that the study of public policy in the environmental sanitation sector of developing countries should prioritize a number of questions and challenges that are briefly discussed

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Summary

Política pública de saneamento

Dois aspectos, esforço que tem recebido historicamente pouca atenção no Brasil, em termos de desenvolvimento conceitual e debate intelectual, tanto por parte de formuladores governamentais, como sobretudo do campo acadêmico. Os pesquisadores da área reconhecem de forma clara que ainda persiste uma fragilidade conceitual e metodológica para o estudo e desenvolvimento das políticas públicas Nos termos de Nelson (1996): “campos com unidade de métodos e escopo bem-definidos têm maior probabilidade de criar conhecimento acumulado e teoria de alto nível, que campos, como o da política pública, com seu histórico de métodos e temas difusos”. Segundo Nelson (1996), autora que adota uma perspectiva normativa em suas apreciações, a disciplina da política pública caracteriza-se por quatro imperativos intelectuais: interesse na integralidade dos sistemas políticos e de seus processos; crença de que as conseqüências das ações governamentais são importantes; luta para produzir conhecimento útil e ao mesmo tempo teórica e empiricamente aceitável; convicção da importância da democracia. Em relação ao possível futuro da avaliação de políticas públicas, Morcol (2002) sugere que uma nova mentalidade nesse campo incluirá: aceitar o conhecimento da contextualidade e do caráter das políticas como construção social (constructedness); empregar raciocínio probabilístico e exercer uma tolerância para com a ambigüidade; reposicionar o analista de políticas como um facilitador do processo participativo; assumir seriamente a idéia de que a maneira segundo a qual o problema é estruturado constitui o núcleo do processo analítico; empregar tanto métodos quantitativos quanto qualitativos na condução da análise

ELEMENTOS PARA A DELIMITAÇÃO DO OBJETO DE ANÁLISE
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
FORMULAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS DE SANEAMENTO
AVALIAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS DE SANEAMENTO
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