Abstract

RESUMO: Neste artigo, apresentamos um panorama das políticas linguísticas dos países e territórios da Oceania após análise de legislações, planos e programas de governo. Com 22,9% de todas as línguas do mundo, a grande maioria falada por poucas pessoas e ameaçada de desaparecimento, esse continente sofreu uma intensa colonização linguística marcada pela instrumentalização das línguas indígenas por missionários religiosos e pela posterior imposição da língua europeia como única permitida durante o imperialismo europeu e o americano. Tal cenário ampliou a complexa situação linguística da Oceania e impôs aos países da região muitos desafios em tomo de qual língua adotar após a independência frente a muitos problemas locais, fazendo com que os oceânicos buscassem diversas soluções políticas e se tornassem povos de fronteiras, fronteiras de línguas, fronteiras de sentidos, fronteiras de memórias entre as línguas colonizadoras, as autóctones e as línguas imigrantes.

Highlights

  • ▪▪ RESUMO: Neste artigo, apresentamos um panorama das políticas linguísticas dos países e territórios da Oceania após análise de legislações, planos e programas de governo

  • Sob o aspecto linguístico, a Austrália corresponde atualmente apenas a cerca de 13,5% das línguas do continente, de um total de 1630 línguas (ETHNOLOGUE, 2017).[3]

  • Isso indica que 22,9 % de todas as línguas do mundo são originárias dos países e territórios do continente ou faladas neles, uma região que concentra apenas 0,5% da população mundial (UNFPA, 2019), tornando-se, assim, de acordo com Lynch (1998), linguisticamente a região mais complexa do mundo

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Summary

Diego BARBOSA DA SILVA*

▪▪ RESUMO: Neste artigo, apresentamos um panorama das políticas linguísticas dos países e territórios da Oceania após análise de legislações, planos e programas de governo. 15 A colonização europeia na Oceania encontrou diversas resistências entre os povos autóctones do continente como: a resistência dos indígenas australianos nos séculos XIX e XX; as guerras neozelandesas contra os maoris entre 1845 e 1872; a revolta durante a conquista de Fiji em 1878; a rebelião na Ilha Sokehs, em Pohnpei, contra a administração colonial alemã; as rebeliões em Rapa Nui (Ilha de Páscoa) em 1914 e 1964 por maior autonomia e direitos civis; a guerrilha kanak a partir de 1917 na Nova Caledônia; a rebelião em Malaita, nas Ilhas Salomão em 1927; a greve geral em Rabaul na Papua Nova Guiné em 1929; o movimento pela independência da Papua Ocidental a partir de 1965 e os movimentos de resistência em Samoa com a fundação da organização “O le Mau” em 1926, cujo lema era “Samoa para os samoanos”. Países (ano da Número de línguas Ethnologue 2017 População independência UNFPA ou país de qual (milhões) Autó- Aló- Princié dependente) ctones ctones pais

Instrução média
Min nan
Crioulo pitkern
Papua Nova
Considerações finais
Findings
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
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