Abstract

O artigo aborda a instituição dos conselhos municipais em pequenos municípios do interior, que somam mais da metade do total de municípios do país. A hipótese é que os pequenos municípios podem funcionar como verdadeiros "microscópios", revelando fenômenos que, apesar de universais, tendem a perder-se na complexidade das relações políticas nas grandes cidades. O trabalho estrutura-se em duas seções. Na primeira é feito um rápido comentário sobre o processo de consolidação e disseminação de um preconceito que acompanha os estudos do Brasil rural e atinge a análise do poder local; argumentamos que a teoria não pode reservar para os pequenos municípios do interior apenas o papel de redutos do atraso, da falta de consciência cívica e do baixo desenvolvimento da cultura política democrática. Na segunda parte apresentam-se alguns dados empíricos levantados em pesquisa junto aos conselhos na região Oeste do estado do Paraná, os quais sugerem que, apesar de evidentes limitações, essas instituições podem funcionar como uma via alternativa de acesso a recursos políticos, tornando-se, por isso, palco de disputas: é o teor dessa disputa que, em última instância, determina a inconstância característica do desempenho dos conselhos em diferentes locais.

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