Abstract

O objetivo deste texto é analisar a relação entre trabalhadores/as e as “plataformas” e “aplicativos”, bem como as possibilidades de sua regulação, à luz do uso das novas tecnologias da informação e comunicação (TIC). Para tal, apresentamos os principais elementos da narrativa dominante das “plataformas”, contrapondo-os às evidências empíricas oriundas das relações estabelecidas. Ao contrário do ideário empresarial, estas relações são caracterizadas por uma intensa exploração do trabalho. Tecnicamente, nunca foi tão fácil regular o direito do trabalho. Porém, politicamente, talvez nunca tenha sido tão difícil. A narrativa sobre o que são essas empresas, joga papel importante na promoção dessa gestão precarizante, ainda que haja sinais de resistência dos trabalhadores a esse processo.

Highlights

  • Nesta segunda década do século XXI, têm sido crescentes as alusões e análises sobre grandes transformações na organização e natureza das relações de trabalho associadas à utilização de novas tecnologias, particularmente da informação e comunicação, que se acentuam ainda mais com as propostas e avanços da chamada Indústria 4.0 (e o consequente aumento da automação e da inteligência artificial)

  • Na pesquisa verificou-se a predominância do trabalho masculino (88%), com a faixa etária entre 26 e 45 anos (69%); escolaridade oscilando entre o ensino médio completo e superior completo (90%); pouco tempo de trabalho com o aplicativo (89% até dois anos); jornada diária de trabalho entre 6 e mais de 8 horas (77%); dirigindo de 5 a 7 dias por semana (73%); remuneração bruta[7] inferior a R$ 2.000,00 (90%) por semana, tendo no aplicativo de transporte sua fonte única de remuneração (57%) (MORAES, OLIVEIRA, ACCORSI, 2019, p. 667).[8]

  • To this end, we present the main elements of the dominant narrative from the “platforms”, contrasting them with the empirical evidence from the actual relationships

Read more

Summary

RICARDO ANTUNES

AO CITAR ESTE ARTIGO, UTILIZE A SEGUINTE REFERÊNCIA: ANTUNES, Ricardo; FILGUEIRAS, Vitor. Plataformas digitais, Uberização do trabalho e regulação no Capitalismo contemporâneo. O objetivo deste texto é analisar a relação entre trabalhadores/as e as chamadas plataformas e aplicativos, bem como as possibilidades de sua regulação, à luz do uso das novas tecnologias da informação e comunicação (TIC). Apresentamos os principais elementos da narrativa dominante das “plataformas”, contrapondoos às evidências empíricas oriundas das relações estabelecidas. Ao contrário do ideário empresarial, estas relações são caracterizadas por uma intensa exploração do trabalho. Tecnicamente, nunca foi tão fácil regular o direito do trabalho. Politicamente, talvez nunca tenha sido tão difícil. A narrativa sobre o que são essas empresas joga papel importante na promoção dessa gestão precarizante, ainda que haja sinais de resistência dos trabalhadores a esse processo

Tecnologias digitais e novas relações de trabalho?
Uma fenomenologia da exploração sem limites
Findings
Uma breve nota conclusiva
Full Text
Published version (Free)

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call