Abstract

O pegmatito Boqueirão localiza-se naProvíncia Pegmatítica daBorborema, no estado do Rio Grande do Norte (Nordeste do Brasil), encontra-se encaixado em metaconglomerados de idade neoproterozóicada Formação Equador. Trata-se de um pegmatito zonado concentricamente, exibindo diferentes zonas caracterizadas por suas mineralogias. As zonas de contato e de parede são compostas essencialmente por quartzo, microclina e moscovita exibindo muitas vezes texturas esqueléticas e gráficas, e,tendo como minerais acessórios a turmalina e a granada. A zona intermediária é  dividida em duas subzonas distintas e mostra uma mineralogia diversa exibindo uma complexa associação de fosfatos, berilo, columbita-tantalita e zircão. A zona mais interna é principalmente constituída por um núcleo de quartzo. Além disso, observa-se corpos de substituição típicos, constituídos por albita,situados na parte oriental do corpo. Litofilita - triplilita representa a fase de fosfato mais abundante exibindo exsoluções de sarcopsida e substituição por sicklerita, resultante da alteração por Li- lixiviação, mais conhecida como Série de Quensel-Mason. A ausência de membros da série heterosita-purpurita é notável. Fosfatos primários, tais como montebrasita e triplita são também observados. Subsequentemente, a presença de alluaudita e varulita sugere que o pegmatito foi submetido a metassomatismo sódico.Toda esta assembléia de minerais sofreu uma extensa alteração que levou a cristalização de fosfatos secundários. Dados de microssonda eletrônica em trifilita-litiofilita revelam razões Mn/(Mn + Fe) entre 0,21-0,24 e também até 0,72 que sugerem um magma de origem pouco fracionado; consequentemente, a ferrisicklerita mostra valores de Mn/(Mn + Fe)entre 0,69-0,77, característicos de elevado grau de evolução, sugerindo que o pseudomorfismo foi produzido por uma elevada interação entre rocha/fluido. Alluaudita e varulita também revelam conteúdos de Mn e Fe até 0,71 semelhantes aos fosfatos precursores. Além disso, oito diferentes fosfatos secundários foram identificados substituindo fases primárias, quer como pseudomorfos ou cortando-as. Ocorrem como cristais euédricos de grã fina, esferulíticos ou maciços, com cores vivas facilmente identificados. As fases secundárias ricas em Mn são hureaulita, eosphorita, whiteita, jahnsita e serrabrancaita, enquanto que lipscombita, phosphosiderita e mitridatita correspondem a associação secundária rica em ferro (Fe). A origem supergênica tardia e a entrada fluidos ricos Ca, K e Mg procedentes da rocha hospedeira são sugeridos como responsáveis pela formação destes fosfatos. Não há quaisquer feições que os correlacionem a cristalização do pegmatito. O conteúdo de Háfnio (Hf) de zircões encontrados na zona intermediária tem sido analisado por microssonda eletrônica, e, usado como um poderoso indicador do grau de evolução do pegmatito, juntamente com o conteúdo de Mn dos fosfatos. O conteúdo Hf obtido é baixo chegando até 5% em peso de HfO2, que revela um magma pegmatítico pouco fracionado. Além disso, a presença de silicatos ferromagnesianos que constituem a mineralogia de zonas do pegmatito, como a turmalina rica em Fe, a granada e o berilo verde está de acordo com esta hipótese. Portanto, o Pegmatito Boqueirão corresponde a um pegmatito de elementos raros subtipo berilo-columbita-fosfato.

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